Acervo
JAECI CARVALHO

O EM já está em Berlim para o jogão

Publicado: 25/03/2018 às 12:00

Brasil e Alemanha se enfrentam na terça-feira, às 15h45 (de Brasília), no Estádio Olímpico de BerlimBerlim – Aqui estou, mais uma vez, na capital da Alemanha, país que respeito por investir em educação, saúde e segurança. Que tem uma primeira-ministra, Angela Merkel, que vejo como uma das mais competentes do mundo e onde quase todos falam inglês. Sim, exceto os mais experientes, digamos assim, a grande maioria fala a língua universal. Sair da Rússia direto para cá, como fiz na manhã de ontem em voo que durou 2h45min, me deu um alívio. Não que Moscou não seja uma cidade legal. Longe disso. É que já cobri Copa do Mundo na Alemanha, rodei o país e já estive aqui algumas dezenas de vezes – na última delas, muito bem acompanhado do meu irmão Francisco Tomás para a final da Liga dos Campeões de 2015 entre Barcelona e Juventus, 3 a 1 para os catalães.

Das cidades que conheço neste país, Berlim é a que mais me agrada. Adoro ir à antiga parte oriental, onde há restos do muro da vergonha, que felizmente ruiu em 1989 e, com ele, boa parte dos países que formavam a Cortina de Ferro na época do comunismo. Estive na Berlim Oriental e hoje vejo a diferença abissal de um país unificado e modernizado para aquele que pregava o comunismo. Acorda, Brasil! Somos verde e amarelo, jamais vermelhos.

Teremos um dos maiores clássicos do futebol mundial, Alemanha x Brasil. Curiosamente, essas duas equipes jamais haviam se enfrentado em Copas do Mundo até a final de 2002, em Yokohama, e o Brasil venceu por 2 a 0, gols do Fenômeno. Porém, três Copas depois, sofremos aquela humilhante derrota, justamente em nossa casa, por 7 a 1. Ontem mesmo, quando passei na polícia de fronteira, o guarda me perguntou o propósito da viagem e eu disse que era jornalista e estava aqui para cobrir o jogo. Imediatamente, ele me gozou, fazendo o sete com as duas mãos, para depois carimbar meu passaporte. Fazer o quê? Culpa de Felipão, Dante, David Luiz, Luiz Gustavo e tantos outros fracassados daquela Copa. E vou dizer mais: não existe essa de “família Scolari” de 2002. Para quem não sabe, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo jamais foram amigos e mal, mal se falavam. Os jogadores ganharam aquela Copa porque eram excepcionais. Como Felipão não atrapalhou, o time acabou vencendo, pois havia muitos talentos juntos: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Roberto Carlos, Cafu, Edmílson e tantos outros. Um dia vou fazer uma entrevista com Rivaldo e vocês saberão a verdadeira história do pentacampeonato mundial. Felipão conseguiu perder toda a credibilidade com aqueles 7 a 1. Nos humilhou, nos envergonhou.

Voltando a falar de Alemanha e Brasil, no Estádio Olímpico, aquele mesmo em que Adolf Hitler, monstro que cometeu a maior atrocidade que a humanidade já viu matando mais de 6 milhões de judeus, viu Jesse Owens ganhar a medalha de ouro nos 100m rasos para os Estados Unidos, na Olimpíada de 1936. Sim, Jesse Owens era negro e deve ter deixado o sanguinário Hittler boquiaberto e sem reação, racista que era. Já li nos jornais daqui que o técnico Joachim Löw liberou Özil e Thomas Müller do jogo, para que possam descansar. Vejam que a Alemanha está encarando o jogo apenas como mais um simples amistoso. Temos que encarar da mesma forma. Não é revanche dos 7 a 1. É apenas um grande jogo, um grande teste para as duas maiores favoritas à conquista da Copa da Rússia.

O Brasil evoluiu nas mãos de Tite, mas ainda temos muitos problemas, admitidos por ele na entrevista coletiva após a goleada sobre a Rússia. Será um grande teste, pois a Alemanha, mesmo quando abre mão de alguns titulares, continua forte, tamanha a renovação em seu futebol. Ganhou a Copa das Confederações com garotos no ano passado. E dos oito convocados que estiveram no Mineirão, os dois citados já estão fora, restando seis. Cá pra nós, acho que Tite já tem os 23 jogadores definidos. Se não houver contusão, ele já sabe com quem poderá contar. Mesmo porque, não vai se arriscar a jogar com um time alternativo na terça-feira, sob o risco de queimar seu trabalho caso haja um resultado adverso. Alerto, mais uma vez, para a lateral direita. Daniel Alves está na descendente, péssimo, e já não acompanha nem marca ninguém. Aliás, na Seleção Brasileira desde 2009, jamais fez algo de interessante. O teste de terça-feira nos dirá em que estágio estamos quando enfrentamos times do nosso tamanho.

Aniversários

O Clube Atlético Mineiro, um orgulho para sua gente, aniversaria hoje, junto com o maior presidente e mais vencedor da história do clube, o prefeito de BH, Alexandre Kalil. Vida longa a essa fantástica instituição e ao nosso prefeito. Esse “Messias”, que devolveu o orgulho à Massa de torcer e aprender a ganhar taças, tinha mesmo que ter nascido no dia de hoje. É um predestinado. Parabéns, Galo. Não sou atleticano, todos sabem, mas se tem algo que admiro é o amor que esses oito milhões de abnegados sentem pelo clube. Algo que nem o pai da psicanálise, Sigmund Freud, saberia explicar. Parabéns duplo, ao Atlético e a Alexandre Kalil.
Mais de Acervo