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Horizon Zero Dawn Remastered: Nova versão é deleite visual e agrada nova geração, mas é limitada

Guerrilla e Nixxes renovaram um dos principais rostos da nova geração

Publicado em: 06/12/2024 20:38 | Atualizado em: 07/12/2024 07:04

 (Guerrila/Nixxes/Divulgação)
Guerrila/Nixxes/Divulgação

 

Desde seu lançamento em 2017, do meio para o final da geração do PS4, console do qual o 'Horizon Zero Dawn' é nativo, fãs da então recém-estreada franquia imaginavam como seria a evolução do game. 

Principalmente após o lançamento da nova geração de consoles, a qual o PS5 faz parte, e dos novos jogos do mundo de Horizon, o universo da franquia foi expandido e ganhou milhares de entusiastas, sendo uma das mais importantes no atual cenário de PlayStation.

Aqui, acompanhamos a história de Aloy, uma guerreira exilada de uma tribo que vive em um futuro pós-apocalíptico. Testemunhamos seu caminho cheio de amadurecimento e heroísmo em uma Terra dominada por robôs gigantes que simulam o papel de animais na natureza. Enquanto tenta descobrir sua história e encontrar seu lugar no mundo, Aloy desbrava um mundo tribal e futurista, onde a selvageria se mistura a um enredo cativante.

Quase instantaneamente, o jogo de 2017 virou referência na questão gráfica e o carisma de seu enredo lhe rendeu uma sequência. 'Horizon Forbidden West' foi lançado em 2022, já no cenário da nova geração, e novamente surpreendeu a indústria com seus visuais vibrantes, gameplay fluída e criatividade, que reforçou a importância da franquia.

Já 'tirando o elefante branco da sala', uma versão remasterizada do 'Zero Dawn' é, sim, válida. Dada a importância que o universo ganhou dentro da indústria, faz sentido a PlayStation querer emplacar um de seus carros-chefes na nova geração, já que a empresa usa abertamente referências da franquia em suas ações principais. E foi apenas questão de tempo para que uma versão remasterizada desse novo clássico fosse anunciada para o PS5 - incluindo melhorias para sua versão 'Pro' - e PC. 

HORIZON ZERO DAWN REMASTERED

 (Guerrila/Nixxes/Divulgação)
Guerrila/Nixxes/Divulgação
 

Para essa nova versão, a holandesa Guerrilla Games contou com a ajuda da conterrânea Nixxes Software para tentar aprimorar o jogo original e trazer uma versão remasterizada para a nova geração. A inclusão da Nixxes no projeto foi lógica para além da aproximação geográfica - a desenvolvedora foi responsável pelo port do 'Marvel's Spider Man' para o PC e já contava com a confiança da Sony há alguns anos.

Usando a Decima Engine, motor gráfico original da Guerrilla utilizada também nos outros 'Horizon', a remasterização é um deleite visual completo. Foram refeitos sistemas de água, fogo e ambientes naturais por completo, incluindo a iluminação, que também foi inteiramente renovada. A passagem do dia e o clima dinâmico, já presentes no jogo original, têm um impacto maior aqui, adicionando vida ao mundo aberto do jogo. Outro aspecto que valoriza o mundo aberto é a adição de NPCs nas cidades e vilas, que ao ficarem mais povoadas também estão mais barulhentas e animadas.

Também foram renovados diálogos entre personagens, capturas de movimento e o sistema de expressões faciais. Esse é um dos pontos que mais chama a atenção, já que as novas modelagens e expressões enche as interações e momentos de realismo e drama. Principalmente em Aloy, as emoções são melhores expressadas e casam perfeitamente com a dublagem divertida e os movimentos novos e realistas.

As texturas da pele, cabelo, roupas e acessórios utilizados pelos personagens também ganharam novos detalhes. Peles, penas, tecidos e couros foram renovados, especialmente nos momentos de chuva ou nado, quando ficam molhados e a iluminação age de forma diferente. Os cabelos e pelos faciais também receberam um up, nivelando o ‘Zero Dawn’ com seu sucessor.

Os efeitos podem deixar a desejar nos espaços internos, onde inconsistências e bugs visuais são observados. A iluminação nem sempre funciona de forma adequada e a definição de objetos não acompanha os visuais dos ambientes externos, assim como o traçado de raios - ou 'ray tracing' - em certos locais.

No PS5, onde o game foi testado, o ray tracing está presente tanto no modo 'resolução' quanto no 'desempenho'. Porém, numa versão remasterizada de um jogo consideravelmente recente, em um console que ainda não foi testado em sua máxima potência, é difícil justificar a brusca queda na taxa de quadros de um modo para o outro, já que o efeito contrário não é observado nos gráficos.

Junto a essa inconsistência, outros aspectos negativos do jogo original também não foram corrigidos ou melhorados. É impossível não destacar a diferença entre o combate detalhista e acelerado com as máquinas para as lutas sem-graça contra os inimigos humanos, já que quantidade e o padrão de golpes dos inimigos de Aloy são bem baixos e os métodos de vencer os duelos são bem menos empolgantes. Esse era um detalhe que já era chamado atenção no jogo original, o que fez melhorias serem esperadas na remasterização.

Outras adições esperadas da nova versão eram as mecânicas apresentadas em ‘Forbidden West’, como novas armas e o sistema antiqueda, mesmo que essas não representassem grandes diferenças na gameplay. Saindo do mundo virtual, também valem citar as técnicas de comercialização do jogo por conta da Sony, que o vendeu por um preço cheio e cobrou uma taxa pela atualização para os novos consoles, o que pode interferir na obtenção de novos interessados.

Por fim, é notável que o trabalho das desenvolvedoras é bem feito e até carinhoso. A possibilidade de trazer seu save antigo, a já inclusão da DLC ‘Frozen Wilds’, a atualização da taxa de quadro, dos gráficos e da modelagem dos personagens fazem cumprir o papel da remasterização e traz, com sucesso, um dos principais rostos de PlayStation para a nova geração. 

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