LIVRO
Jornalista pernambucano Luiz Joaquim publica coletânea de críticas de cinema
Publicação da Cepe Editora, o livro será lançado nesta segunda (30), às 19h, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, com sessão de debate com o autor
Por: André Guerra
Publicado em: 30/09/2024 06:00
Divulgação |
Organizando uma grande vivência no universo da crítica cinematográfica que acumulou ao longo de 25 anos, o jornalista e mestre em comunicação pernambucano Luiz Joaquim encarou o desafio de selecionar dezenas de textos para ilustrar, no seu novo e terceiro livro, um percurso que atravessou décadas de atividade na área. Vinte e cinco: escritos de cinema (1997-2022), publicação da Cepe Editora, será lançado hoje, a partir das 19 horas, na sala do Derby do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, ocasião na qual o autor e o curador e também crítico Ernesto Barros vão debater sobre a possibilidade de a crítica de arte ser ou não identificada como um gênero literário.
Organizados em três diferentes perspectivas , os textos se dividem em 25 análises sobre produções pernambucanas, no primeiro capítulo, 25 críticas de filmes brasileiros, no segundo, e 25 trabalhos estrangeiros, no terceiro. Na busca por contemplar nomes de realizadores determinantes do período retratado, criando uma linha do tempo que ajuda a compreender distintas fases temáticas e estilísticas da produção local, Luiz Joaquim trouxe na sua lista grandes ícones do cinema nacional feito no estado, como Árido movie, de Lírio Ferreira, Febre do rato, de Cláudio Assis, O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, e, mais recentemente, Seguindo todos os protocolos, de Fábio Leal.
Essa mesma cronologia o autor faz também com nomes nacionais surgidos no seu tempo de atividade na crítica, como Luiz Fernando Carvalho, Breno Silveira e José Padilha, além dos grandes nomes de outras épocas que retornaram com produções marcantes após o período da Retomada, como Walter Lima Jr, Eduardo Coutinho e Nelson Pereira dos Santos. E, no capítulo dedicado ao cinema internacional, o livro destaca cineastas que não tinham, à época, toda a dimensão que viriam a ganhar nas publicações brasileiras, ao exemplo do sul-coreano Bong Joon-ho, do japonês Takeshi Kitano e do tailandês Apichatpong Weerasethakul.
“Eu tinha um desejo muito grande de fazer essa coletânea dos meus textos. Sou muito fã de publicações desse tipo, especialmente sobre crítica de cinema. Vários nomes que eu admiro nesse universo fizeram livros assim. Sempre que vejo um filme antigo, clássico ou não, recorro a essas publicações, então achei que essa minha passagem pela área talvez tenha, no futuro, um efeito parecido: de ser uma boa ferramenta de pesquisa para alguém ou simplesmente uma boa leitura para os amantes do cinema”, contou o autor em entrevista ao Viver. “A minha formação de carreira foi o jornalismo diário, que é uma grande escola pelo ritmo intenso, pela urgência dos prazos e pelo volume de material e coberturas de festivais. Quando criei o meu site, em 2007 (o Cinema Escrito), já vi uma forma de produzir textos mais longos e, com o passar do tempo, ele passou a ganhar um público próprio. Acho que meu trabalho ganhou uma natureza diferente, em que ganhei uma liberdade maior, através, principalmente, da experiência", explicou.
Uma das intenções de Luiz Joaquim com sua coletânea era dar continuidade à eterna discussão que coloca a crítica de cinema (de arte em geral) numa posição de crise para que, por sua vez, o trabalho artístico traga também essa crise – a qual impulsiona a criatividade. “Diria que, independentemente do local, a crítica ratifica a sua força diante de produções cinematográficas com orçamento médio ou pequeno – aquelas que não contam com contratos milionários de marketing para nascer para o mundo. Aqui um exemplo clássico no nosso país: Glauber Rocha analisando Aruanda, de Linduarte Noronha, para o Jornal do Brasil”, relembrou.
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