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MÚSICA

Pernambucano Carlos Filho lança disco com músicas de forró

''Baile brasileiro'' tem sete faixas gravadas ao vivo

Publicado: 10/06/2024 às 13:56

É a estreia do artista de Serra Talhada, no Sertão, à frente de um álbum em carreira solo./Sidarta

É a estreia do artista de Serra Talhada, no Sertão, à frente de um álbum em carreira solo./Sidarta

É a estreia do artista de Serra Talhada, no Sertão, à frente de um álbum em carreira solo.
 
O cantor pernambucano Carlos Filho lançou, na última semana, um álbum inteiramente dedicado ao mais nordestino dos gêneros brasileiros - o forró. É a estreia do artista de Serra Talhada, no Sertão, à frente de um disco em carreira solo.

"Baile brasileiro" tem sete faixas gravadas ao vivo nas quais Carlos embarca na estrada, vai e volta do interior e incorpora referências musicais e poéticas.
 
"Não tenho a preocupação de me sentir na obrigação de sustentar uma tradição, pois sei que ela tem que seguir em frente", crava Carlos, sobre as discussões em torno da perpetuação do forró e das transformações incorporadas ao longo das décadas. Para ele, é também o fruto de uma jornada para "fazer as pazes" com as próprias origens, com a música ouvida desde a infância, mas da qual fugiu por um bom tempo, até atingir uma relação livre de romantização ou idealização.

O pernambucano pede licença e atenção com "Aboio, Afeto y Recanto", faixa de abertura que nos remete à sonoridade das cantorias e dá o mote da sua chegada: "cantar sobre o meu povo, emprestar a minha voz, essa voz não é só minha, traz a dor e a beleza das águas do Pajeú" ao mesmo tempo em que sentencia "No meu peito arde um braseiro/ Quero fogo no salão/ Pra animar o povo inteiro". As faixas têm arranjo e Felipe Costta, que toca sanfona no álbum e conta ainda com Júnior Teles (zabumba, pandeiro, triângulo, ganzá e reco), Sarah Leandro (voz), Felipe de Lima (baixo) e Tombc (synths). 

Em "Barraco na Ribeira", composta por Giuliano Eriston, a poesia surge do convite para o amor em um local humilde à beira do rio.

Um dos temas mais recorrentes e marcantes do cancioneiro brasileiro, a dor da separação é tema de "Cuidar de Mim", composta em parceria com o sanfoneiro Itallo Costa, percorre o ciclo de negação, orgulho, superação e autoconhecimento típicos do término. O tom reflexivo se espalha pela faixa seguinte, "Devagar, Meu Bem", mais uma de Giuliano Eriston. 

"Maçã do rosto", de Djavan, é a quinta do álbum. O fole da sanfona ronca mais alto na faixa de encerramento, "Forró da Tia Lila", como quem encerra a festa com um tributo a esse instrumento que tem vida própria na musicografia brasileira. Composta pelo instrumentista e compositor Felipe Costta, que assina os arranjos do álbum, a peça instrumental foi batizada segundo a tia de Felipe, que superou um problema de saúde durante o período de produção do álbum. 
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