Luto na música

Maestro Clóvis Pereira, um dos principais nomes do Movimento Armorial, morre no Recife, aos 92 anos

Ele era um dos mais importantes maestros de frevo do Brasil

Publicado em: 04/06/2024 11:54 | Atualizado em: 04/06/2024 12:25

Clóvis Pereira foi um dos maiores maestros de frevo  (Foto Nando Chiapetta/DP/Arquivo)
Clóvis Pereira foi um dos maiores maestros de frevo (Foto Nando Chiapetta/DP/Arquivo)
Um dos mais importantes maestros de frevo do Brasil, o caruaruense Clóvis Pereira morreu, nesta terça (4), aos 92 anos. 
 
Ele estava internado no Hospital Português, no bairro do Paissandu, no Centro do Recife.
 
Segundo informações repassadas pela família, Clóvis “descansou tranquilamente”. 
 
O maestro foi casado por quase 70 anos com Dona Risomar, que faleceu em fevereiro deste ano. 
 
Clóvis deixou quatro filhos: Valéria, Ana Elizabeth, Luis Carlos e Clóvis Pereira Filho.
 
O velório será realizado na capela do Cemitério de Santo Amaro a partir das 8h de quarta (5). O enterro acontecerá à tarde.

História
Nascido em 1932, o maestro começou a carreira como músico autodidata, ainda criança, tocando gaita de boca. 
 
Foi com seu pai, Luiz Gonzaga Pereira dos Santos, um clarinetista, que Clóvis aprendeu as primeiras notas musicais. 
 
Ele se tornou compositor, arranjador, pianista e regente brasileiro. 
Autor de frevos, maracatus e caboclos, ele foi membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e da Academia Pernambucana de Música.

Como projetista do Cinema Caruaru, ainda no tempo do cinema mudo, foi o responsável pelas trilhas sonoras dos filmes. 
 
Ali, ele conheceu a música sinfônica de Beethoven, Johannes Brahms, Franz Schubert e Frédéric Chopin, que se tornaram inspiração para sua música. 
 
Em 1949, mudou-se para o Recife e, por sugestão do compositor Luiz Bandeira, foi estudar orquestração com o maestro Guerra Peixe. 
Foi professor do curso de música da UFPE e do Conservatório Pernambucano de Música. 
 
Seus arranjos de muita qualidade lhe alcançaram o epíteto de “Caneta”, uma expressão do meio musical que reverencia maestros que ocupam o nível mais elevado de reconhecimento na função de arranjador.
 
Em 1970, idealizado por Ariano Suassuna, o movimento armorial que se propunha a criar uma arte erudita com base nas manifestações culturais e populares do nordeste, nos seus múltiplos segmentos. 
 
No campo da música, além do quinteto armorial, despontou também a orquestra armorial com destaque para a regência e execução de peças de autoria do maestro Clóvis Pereira, como Terno de Pífanos, Cantiga, No Reino da Pedra Verde, Três Peças Nordestinas: baião, aboio e galope, Velame e Mourão, esta última em parceria com o maestro Guerra Peixe.
 
Seu acervo  é cheio de homenagens a amigos e a família. 
 
Em “Capiba no Frevo” ele faz uma homenagem a Capiba, uma reverência ao amigo, parceiro do movimento armorial e compositor “Clovinho no Frevo” e “Aninha no Frevo”, é uma singela homenagem aos filhos.
 
Já em “Luizinho no Frevo” a homenagem é para pai.
 
Em 2015, o maestro ganha sua primeira biografia. Intitulada “Clóvis Pereira - no Reino da Pedra Verde” e escrita pelo jornalista e escritor Carlos Eduardo Amaral.
Tags: luto | música | maestro | clóvis | pereira | morte |
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