POLÊMICA

Em anúncio de investimento no audiovisual, Lula afirma que "artista, cinema e novela não é pra ensinar putaria"

Evento de celebração do Dia do Cinema Brasileiro, no Rio de Janeiro, e anunciou nova linha de crédito destinada à produção audiovisual

Publicado em: 20/06/2024 13:21

 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em anúncio feito na última quinta (19), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto de regulamentação da conta de tela para cinema, em celebração do Dia do Cinema Nacional. A Lei 14.814/2024 foi sancionada em janeiro deste ano e determina que salas de cinema devem exibir uma cota comercial de obras cinematográficas brasileiras até 31 de dezembro de 2033.

No evento, Lula fez a defesa da regulamentação do setor do streaming e das plataformas digitais, destacando a valorização das produções audiovisuais brasileiras. “Eu acho que a gente tem condições de fazer uma regulamentação para que esse país seja livre, soberano, dono do seu nariz, da sua arte e do seu futuro”, disse Lula. “Um país que não tem cultura, que não investe nela, o povo não é povo, é massa de manobra. Porque a cultura politiza e refresca a cabeça das pessoas. Por isso que acreditamos muito na cultura e investimos nela”.

Em fala controversa, porém, o presidente afirmou que "artista, cinema e novela não é pra ensinar putaria, é pra ensinar cultural, é pra contar história, é pra contar narrativas e não pra dizer que nós queremos ensinar às crianças coisa errada". A declaração foi alvo de críticas de internautas por seu viés conservador, enquanto analistas consideraram a fala um aceno ao eleitorado religioso, sobretudo evangélico. 

Ainda na ocasião, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou uma linha de crédito direcionada especialmente para a indústria audiovisual: o BNDES FSA Audiovisual. Ela foi desenvolvida em conjunto com o Ministério da Cultura e a Ancine. O orçamento inicial é de R$ 400 milhões, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. “Vamos levantar o cinema brasileiro. Garantir tela para quem produz a alma e a história do povo brasileiro”, disse Mercadante.
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