POESIA

Dia dos Namorados: os melhores poemas de amor para o 12 de junho

Selecionamos os mais belos poemas românticos de amor para enviar no Dia dos Namorados; confira

Publicado em: 06/06/2024 17:08 | Atualizado em: 10/06/2024 15:00

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Já pensando nas comemorações do Dia dos Namorados, celebrado nessa quarta-feira (12), separamos poemas românticos de amor para aquecer o coração da pessoa amada.

 

Sejam recitados ou enviados por mensagens, os poemas (e poesias em geral) costumam emocionar quem os recebe, já que são textos bonitos e sensíveis.

 

Por isso, é comum o envio e recital de poemas em uma data tão romântica quando o Dia dos Namorados, quando queremos agradar e fazer sentir especial aqueles que amamos. 

 

CONFIRA MELHORES POEMAS ROMÂNTICOS DE AMOR PARA O DIA DOS NAMORADOS

 

1º) Soneto 18 - William Shakespeare 


Como hei de comparar-te a um dia de verão?

És muito mais amável e mais amena;

Os ventos sopram os doces botões de maio,

E o verão finda antes que possamos começá-lo;

Por vezes, o sol lança seus cálidos raios,

Ou esconde o rosto dourado sob a névoa;

E tudo que é belo um dia acaba,

Seja pelo acaso ou por sua natureza;

Mas teu eterno verão jamais se extingue,

Nem perde o frescor que só tu possuis;

Nem a Morte virá arrastar-te sob a sombra,

Quando os versos te elevarem à eternidade:

Enquanto a humanidade puder respirar e ver,

Viverá meu canto, e ele te fará viver.

 

2º) Carlos Drummond de Andrade

 

O dia dos Namorados

para mim é todo dia.

Não tenho dias marcados

para te amar noite e dia.

 

O dia 12 de junho,

como qualquer outro, diz

(e disso dou testemunho)

que contigo sou feliz.

 

3º) Poesias Inéditas - Fernando Pessoa 

 

O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

Mas não lhe sabe falar.

 

Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente...

Cala: parece esquecer...

 

Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

P'ra saber que a estão a amar!

 

Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!

 

Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar...

 

4º) Luís de Camões

 

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

 

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

 

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

 

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 

5º) Soneto da Fidelidade - Vinicius de Moraes

 

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

 

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

 

6º) Todas as cartas de amor são rídiculas - Fernando Pessoa

 

Todas as cartas de amor são

Ridículas.

 

Não seriam cartas de amor se não fossem

Ridículas.

 

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,

Como as outras,

Ridículas.

 

As cartas de amor, se há amor,

Têm de ser

Ridículas.

 

Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amor

É que são

Ridículas.

 

Quem me dera no tempo em que escrevia

Sem dar por isso

Cartas de amor

Ridículas.

 

A verdade é que hoje

As minhas memórias

Dessas cartas de amor

É que são

Ridículas.

 

(Todas as palavras esdrúxulas,

Como os sentimentos esdrúxulos,

São naturalmente

Ridículas).

 

7º) Trecho de "A Dança/Soneto XVII" -  Pablo Neruda

 

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira.

 

8°) Cantiga para não morrer - Ferreira Gullar

 

Quando você for se embora,

moça branca como a neve,

me leve.

 

Se acaso você não possa

me carregar pela mão,

menina branca de neve,

me leve no coração.

 

Se no coração não possa

por acaso me levar,

moça de sonho e de neve,

me leve no seu lembrar.

 

E se aí também não possa

por tanta coisa que leve

já viva em seu pensamento,

menina branca de neve,

me leve no esquecimento.

 

9º) Ouvir Estrelas - Olavo Bilac


Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...

 

E conversamos toda a noite,

enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

 

Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"

 

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e e de entender estrelas

 

10º) Fanatismo - Florbela Espanca 

 

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer razão de meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!

 

Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!

 

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!

 

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:

"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

 

Extra: Oceano - Djavan

 

Amar é um deserto e seus temores

Vida que vai na sela dessas dores

Não sabe voltar, me dá teu calor

Vem me fazer feliz, porque eu te amo

Você deságua em mim, e eu, oceano

E esqueço que amar é quase uma dor


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