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CINEMA

Uma fábula magalesca

Sidney Magal e equipe da cinebiografia 'Meu sangue ferve por você' compartilham experiência na produção do filme, baseado na história de amor entre o astro da música e sua esposa, Magali

Publicado em: 30/05/2024 06:00 | Atualizado em: 30/05/2024 09:17

 (Divulgação)
Divulgação

A menos de um mês de completar 74 anos, Sidney Magal está não apenas recebendo uma homenagem no cinema em vida como também de fazer parte dela. Em cartaz a partir de hoje, Meu sangue ferve por você revela, através de uma abordagem musical e cheia de liberdades assumidamente fabulares, como o astro da música (interpretado por Filipe Bragança) conheceu Magali (Giovana Cordeiro), com quem viria a se casar e viver até os dias hoje. Iniciada em 1979, quando Magal já era um ícone da música com seu estilo marcado pelo romance e pela sensualidade, a história mostra as dificuldades que o artista teve para conquistar a jovem, a contragosto de seu empresário (Caco Ciocler) e da mãe dela (Emanuelle Araújo).

 

Com direção de Paulo Machline (Trinta e O filho eterno), Meu sangue serve por você se comporta como um romance clássico cheio de conveniências de conto de fada, incorporando a fantasia a momentos pontuais de música e buscando mais uma celebração do biografado do que grande seriedade. A cidade de Salvador como cenário do romance demonstra que, entre as intenções do projeto, está o protagonismo de Magali, sobretudo no retrato de suas escolhas, que acaba sendo tão central do ponto de vista de arco dramático quanto o próprio Magal, visto que ele, apesar de humanizado, já começa o filme como jovem mito.

 

Sobre a decisão de contar a história pela perspectiva do romance, o diretor falou ao Viver que sempre pareceu à produção uma opção mais cinematográfica. “Quando começamos a desenvolver a primeira versão do roteiro, entendemos que o retrato que melhor representa a personalidade do personagem está na maneira como ele age a partir do momento que conhece Magali. A opção de contar a história de como Sidney Magalhães virou Magal poderia ser interessante, mas a gente acreditou realmente que o ícone que todos conhecemos e amamos está bem representado nesse romance, além de um recorte mais cinematográfico desse universo que eu chamo de ‘magalesco’”, explicou Paulo.

 

“Sidney Magal é um prato cheio para qualquer ator. É um personagem completo e complexo que oferece vários desafios, não só pelas performances dele à época como também por todo o significado que ele carrega enquanto artista e cantor que marcou a cultura brasileira. Depois que recebi a notícia de que havia conseguido o papel, eu finalmente o conheci em um jantar e ele me contou toda a história de como conheceu Magali. Paulo já havia me dito que todas as vezes que ele falava sobre isso ele chorava, e de fato aconteceu. Ele me contou seus sonhos, medos, histórias e desejos, que era exatamente o que eu queria, para começar a entender a essência do personagem”, lembrou Filipe Bragança.

 

Magal, que faz uma aparição marcante no filme ao lado da Magali real, falou da surpresa que foi essa participação e, novamente emocionado, enalteceu a sensação de ser homenageado no cinema. “Joana (produtora) sabe o quanto a minha mulher não gosta de aparecer, então ela fez uma pegadinha e falou que faríamos apenas umas filmagens para um making of. Quando eu vi o resultado disso dentro do filme, a emoção foi enorme porque eu sei que o público sentiria falta do Magal em algum momento. E quando assisti ao filme com plateia, percebi a catarse e a surpresa boa que esse momento representa”, relatou.

 

“Acho que nem Filipe percebeu o que é isso tudo pra mim, porque a verdade é que meio século nos separa. Como alguém que está na outra ponta do iceberg, ele não ideia do que é você, 50 anos depois, olhar para um jovem talentoso que se predispõe a retratar tudo aquilo que você foi e representou. Eu me emociono demais vendo que ele se entregou de corpo e alma para fazer um cara tão mais velho e compreendeu o meu sentimento nesse processo, e isso pra mim tem um valor extraordinário. Esse filme não é só um trabalho de ator/cantor, é uma união de pessoas que pensaram sobre a mesma história da mesma forma”, completou Magal.

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