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Cannes 2024: confira os filmes mais cotados para a Palma de Ouro

O maior festival de cinema do mundo anunciará neste sábado (25) os vitoriosos da 77ª edição; Brasil concorre com o thriller 'Motel Destino'

Publicado em: 24/05/2024 13:02 | Atualizado em: 25/05/2024 14:39

 ('Motel Destino', de Karim Aïnouz, concorre à Palma de Ouro, mas enfrenta forte competição. (Divulgação))
'Motel Destino', de Karim Aïnouz, concorre à Palma de Ouro, mas enfrenta forte competição. (Divulgação)
Chega ao fim neste sábado (25) a 77ª edição do Festival de Cannes, que começou oficialmente no dia 14 de maio, e já começaram as apostas entre os internautas para os vitoriosos que serão anunciados em breve, incluindo a esperada Palma de Ouro. Célebre como o maior festival de cinema do mundo, o evento esse ano contou com sete produções brasileiras distribuídas entre as mostras e uma delas já saiu premiada, após a Semana da Crítica ter reconhecido o mineiro Ronaldo Teodoro como Melhor Ator Revelação pelo filme Baby, de Marcelo Caetano.

A grande torcida do Brasil agora se voltou para o longa cearense Motel Destino, de Karim Aïnouz (O céu de Suely e A vida invisível), que vem sendo recebido de forma dividida, mas cheia de fortes impressões, por parte da imprensa internacional. O diretor também esteve na disputa na edição do ano passado com o drama histórico Firebrand, sua estreia em uma produção de língua inglesa, mas parece agora ter provocado impacto maior no festival com a história de um jovem (Iago Xavier) que se refugia em um motel comandado por um homem violento (Fábio Assunção). Caso o longa de Aïnouz vença a Palma de Ouro, será a segunda vitória para o Brasil no prêmio principal (a primeira foi em 1962, com O pagador de promessas, de Anselmo Duarte.
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A competição, no entanto, parece mais acirrada a cada momento: Durante a primeira metade do festival, os principais destaques entre os filmes da competição foram Bird, de Andrea Arnold, e Emilia Perez, de Jacques Audiard (já vencedor da Palma por Dheepan: O refúgio, em 2015). O primeiro é um drama intimista que se passa na Inglaterra acompanha a relação entre uma menina de 12 que vive um delicado contexto familiar com um misterioso homem de sotaque alemão chamado Bird, interpretado por Berry Keoghan. Já o segundo é musical híbrido de gêneros sobre uma advogada, vivida por Zoe Saldana, que se envolve com o líder de um cartel mexicano para ajudá-lo a desaparecer dos seus negócios. Altamente elogiados pela crítica, os dois filmes despontaram como grandes possibilidades para a premiação, mesmo que não venham a vencer a Palma.
 
Ao longo da última semana, porém, apareceu um das grandes surpresas da edição deste ano: o filme de horror corporal The substance, de Coralie Fargeat, protagonizado por Demi Moore no papel de uma apresentadora que se vê descartada pelos seus superiores por conta de sua idade, no que entra em cena a tal 'substância' que busca criar uma versão melhor de uma pessoa. Descrito como "insano" e "chocante" por parte da imprensa, o longa seria um feito raro para o cinema do gênero se saísse com o maior prêmio de Cannes.

Mas não demorou para que outro concorrente à altura chamasse a atenção. Dirigido pelo premiado Sean Baker (Projeto Flórida), o filme Anora se tornou um dos mais aplaudidos do festival, conquistando a crítica particularmente por conta da interpretação da atriz Mikey Madison. O longa conta a história de uma jovem que trabalha em uma boate e conhece um rapaz russo milionário, que lhe oferece uma vaga de acompanhante de luxo por alguns dias.
 
Todas as apostas, no entanto, pareceram mudar completamente após a sessão calorosa de A semente da figueira sagrada, dirigido pelo iraniano Mohammad Rasoulof, cineasta que foi condenado a oito anos de prisão no Iran há um mês por fazer filmes julgados pelo regime do país como "inapropriados". Fugido para poder exibir seu projeto em Cannes, Rasoulof faz do seu trabalho uma ferramenta de denúncia, aplaudida por 15 minutos após a sessão no festival. O drama gira em torno de Iman (Missagh Zareh), que recebe uma promoção ao cargo de juiz, e acompanha e vida do personagem ao lado da esposa e das filhas, discutindo o autoritarismo e as revoltas surgidas a partir dele na região do Teerã.

A receptividade da imprensa internacional, evidentemente, pode não ser a mesma do corpo jurado deste ano, portanto sempre há espaço para boas surpresas, inclusive para o Brasil. O júri deste ano é presidido pela diretora e atriz Greta Gerwig (Lady Bird, Adoráveis Mulheres e Barbie), e é composto por Lily Gladstone, Nadine Labaki, Eva Green, Juan Antonio Bayona, Hirokazu Kore-eda, Omar Sy, Ebru Ceylan e Perfrancisco Favino.

Além da Palma de Ouro, equivalente ao prêmio de 'melhor filme', o festival possui ainda, entre os prêmios de longa-metragem, o Grand Prix, destinado a filmes que se destacam pela originalidade na forma e nas ideias, o Prix du Jury, prêmio especial do Júri, além dos prêmios de atuação masculina, atuação feminina, direção e roteiro. Há também as duas categorias para curtas-metragens, a Palma de Ouro e o Prêmio do Júri específico para o formato (o Brasil este ano está representado também com o curta Amarela, de Andre Hayato Saito, sobre uma adolescente nipo-brasileira que luta contra o sentimento de não-pertencimento em São Paulo durante a copa de 1998.
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