As etapas da produção musical

Produtor executivo Geraldo Júnior (à direita) com produtor musical Iago Guimarães (de máscara à esquerda), Lucas Tavlos (azul) e dupla Vila Oculta. Foto: James Jonathan

Colaborar na construção da carreira de artistas independentes - e, nesse processo, fomentar originalidade e autoralidade na música regional - é o ponto de partida de um projeto de formato inédito em Pernambuco. Desenvolvida pela Opará Produtora, de Petrolina, e contando com incentivo do 6º Edital do Programa de Fomento à Produção em Música de Pernambuco (Funcultura), a iniciativa recebeu o nome de 'Casinha Incubadora' e propõe um trabalho de assessoria musical para artistas que serão selecionados por uma comissão curadora.

Lançado no dia 26 de abril, o projeto está desde então na primeira fase, que contou com formações especializadas voltadas para mídias digitais, direção artística, produção de palco e produção cultural. Agora as inscrições estão abertas até amanhã (30 de maio) para a segunda seletiva, que irá contemplar quatro artistas.

Podem se inscrever artistas solo, duplas e bandas em início de carreira (0 a 10 anos de formação), que já possuam algum material fonográfico (EP, single, álbum) lançado de forma amadora/insipiente, ou que não possuam material lançado e que tenham alguma ideia/conteúdo pronto para produção, gravação ou registro. Os profissionais da equipe curatorial, envolvidos em várias etapas da produção artística, irão analisar os projetos a partir dos critérios de originalidade, representatividade, inovação e relevância cultural e artística para a região.

A imersão musical em si, uma vez divulgados os quatros nomes selecionados, vai ocorrer entre os meses de junho e julho, com processos de produção e lançamento de uma obra em formato de single ou mais de uma música no formato de EP. A 'incubadora' do título visa justamente trabalhar com os artistas todo o universo em que a sua arte está circunscrita, demonstrando como, na prática, a música é essencial mas é também parte de um todo que envolve ainda a construção da imagem no meio digital, a comunicação para o desenvolvimento de projetos e demais etapas de um processo criativo sobre o qual nem sempre o artista independente tem acesso.

O jornalista e produtor de programação Pablo Luan, o diretor artístico e produtor audiovisual Gil Alves, a artista visual e produtora cultural Nally Maria e o supervisor de cultura do Sesc Petrolina André Brandão foram os oficineiros responsáveis pela primeira fase da iniciativa. O 'Casinha LAB' será desenvolvido com a orientação de Iago Guimarães, músico, produtor musical, engenheiro de mixagem e masterização do estúdio, e de Wagner Miranda, músico, compositor, produtor musical e diretor do Centro Cultural Matingueiros. A produção executiva é da Opará Produtora, que será responsável pela criação da identidade visual, bem como pela campanha nas mídias e plataformas digitais, divulgação na imprensa e lançamento do projeto.

"Na primeira edição desenvolvemos esse trabalho de 'incubadora' com o Vila Oculta e Lucas Tavlos, e o resultado foi surpreendente. Todo o material foi disponibilizado nas plataformas digitais e está disponível para que todos possam conferir e entender melhor qual é a nossa proposta e o impacto desse trabalho", afirma Geraldo Júnior, CEO da Opará Produtora, ao Viver. "Eu acho que é crucial um projeto como esse partindo de agentes culturais do interior, porque estamos produzindo pensando sobretudo em artistas do interior. É um trabalho inédito nesse formato, muito bem estruturado em todas essas etapas e que já demonstrou ter dado resultado. O Casinha Incubadora vai fazer, inclusive, com que os artistas que participam saiam com muito mais experiências e novas produções para apresentar. Nossa expectativa para esses próximos meses é a melhor possível", completa.