CINEMA

Oscar 2024: apesar de mudanças na Academia, lista de indicações é previsível

Esnobada mais sentida foi a de Greta Gerwig em melhor direção, categoria historicamente dominada por homens

Publicado em: 23/01/2024 12:33 | Atualizado em: 23/01/2024 17:01

Oppenheimer lidera a disputa com 13 indicações (Universal/Divulgação)
Oppenheimer lidera a disputa com 13 indicações (Universal/Divulgação)
A lista de indicados ao Oscar 2024 finalmente foi divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na manhã desta terça-feira (23). A premiação da indústria sofreu algumas alterações nos últimos anos, incluindo o aumento do corpo votante, que agora conta com mais membros de fora dos Estados Unidos –  após duras críticas à falta de representatividade e ao distanciamento com o grande público gerado por indicações/omissões em edições anteriores.

No tocante à repercussão popular do Oscar, preocupação grande da Academia devido às quedas de audiência sofridas pela cerimônia nos últimos anos, esta edição parece ter o que precisa: a presença em peso dos dois grandes fenômenos da indústria no ano passado. Oppenheimer, liderando a corrida com 13 indicações, e Barbie, com 8. O filme de Christopher Nolan sobre a criação da bomba atômica é o atual favorito em melhor filme, direção e boa parte dos prêmios técnicos a que está concorrendo, enquanto o filme da boneca dirigido por Greta Gerwig também figura a lista principal, apesar das surpreendentes esnobadas da diretora e de Margot Robbie, nas devidas categorias.

Aclamados da temporada e também fortes em melhor filme, Pobres criaturas, de Yorgos Lanthimos, e Assassinos da lua das flores, de Martin Scorsese, concorrem em 11 e 10 categorias, respectivamente, incluindo filme, direção e atriz, com as indicadas Emma Stone e Lily Gladstone disputando acirradamente a estatueta. Completam a lista principal a cinebiografia Maestro, de Bradley Cooper, com 7 indicações, Anatomia de uma queda, de Justine Triet, Zona de interesse, de Jonathan Glazer, American fiction, de Cord Jefferson, e Os rejeitados, de Alexander Payne, com 5, e Vidas passadas, de Celine Song, com apenas 2. 

A presença dos candidatos ‘estrangeiros’ Anatomia de uma queda e Zona de interesse em melhor filme, assim como a nomeação de Triet e Glazer, é um aceno importante da Academia na pauta da internacionalização, visto ser a primeira vez que dois concorrentes de língua não-inglesa (francês e alemão) aparecem simultaneamente na categoria máxima. Os dois filmes, por outro lado, foram premiados em Cannes com, respectivamente, a Palma de Ouro e o Grande Prêmio, e estão em ampla discussão dentro da indústria desde maio. A menção, portanto, já era prevista.

Filmes como Napoleão (3 indicações), Resistência (2) e Missão impossível: Acerto de contas (2) apareceram em design de produção, som e efeitos visuais, enquanto as animações, mais uma vez, não conseguiram transcender a própria categoria e ganhar espaço em outras, incluindo os dois favoritos Homem-Aranha: Através do aranhaverso e O menino e a garça. Celebrado pela crítica, Segredos de um escândalo pegou a importante indicação de roteiro original, mas ninguém do seu aclamado trio de atores foi lembrado pela Academia. Destino semelhante teve o musical A cor púrpura (remake do clássico de Steven Spielberg), representado apenas por Danielle Brooks em atriz coadjuvante.

E entre os candidatos internacionais, além do franco favorito Zona de interesse (Reino Unido) e do hit da Netflix Sociedade da Neve, também nomeado em maquiagem, foram indicados Dias perfeitos (Japão), Io capitano (Itália) e A sala dos professores (Alemanha). Surpreendeu a ausência dos aclamados Folhas de outono (Finlândia), premiado em Cannes, e O sabor da vida (França), escolha controversa do seu próprio país, que preteriu Anatomia de uma queda. 

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