Espetáculo 'Batalha dos Guararapes - Assim Nasceu a Pátria' volta após dez anos

São 83 artistas em cena, entre atores, bacamarteiros e bailarinos, 100 figurantes, 100 profissionais da área técnica, com uma média de 300 empregos temporários. Os números mostram a grandiosidade do espetáculo Batalha dos Guararapes – Assim Nasceu a Pátria, empreendimento cultural que resgata um dos mais importantes fatos históricos do Brasil. Em 2022, após dez anos de hiato, a encenação dos bastidores das batalhas que culminaram com a expulsão dos holandeses do Brasil, entre 1630 e 1649, está de volta ao

Parque Histórico Nacional dos Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, para quatro apresentações gratuitas entre este sábado (12) e a próxima terça-feira (15).

 

Apesar de escrito com base em fatos históricos, na direção e texto do dramaturgo, diretor teatral, ator e produtor cultural Ruy Aguiar, o público pode esperar novidades nesta volta das encenações ao ar livre. Nesta versão da 8ª edição, a encenação abordará a saga da invasão holandesa a partir do ano de 1630, com o início do domínio da Companhia das Índias, até o momento mais representativo desse período, que foram as duas Batalhas dos Guararapes. Todas as apresentações têm intérprete de Libras.

 

Além do elenco principal, formado por atrizes e atores do Teatro Pernambucano, dando vida às personagens históricas da corte holandesa e da resistência formada por indígenas, negros e portugueses, as batalhas serão encenadas com danças executadas pelo Corpo de Balé do projeto Ária Social e a participação do Grupo de Bacamarteiros do Cabo de Santo Agostinho. Na apresentação, com 1 hora e 30 minutos de duração, o público irá acompanhar episódios marcantes que culminaram na Batalha dos Guararapes, como as batalhas do Monte Tabocas, do Engenho de Casa Forte e de Tejucupapo, e também a

vida da corte, com suas festas e intrigas. A tradição da quadrilha, dança de origem francesa, o Lundu, música de origem africana, entre outras manifestações artísticas da época, darão o clima festivo ao espetáculo, com cenas ambientadas nos salões do Palácio de Friburgo, sede do governo holandês, representado pelo Conde Maurício de Nassau.

A Trilha Sonora Original do espetáculo foi composta pelo compositor e cantor Demétrio Rangel com arranjos de Mangoth, arranjador e pianista, entre setembro e outubro de 2022. São 4 faixas criadas sob encomenda, de acordo com o texto de Ruy Aguiar. A Emboscada - uma suíte brasileira com quatro movimentos de dança: marcha, perré, guerra e maculelê; Tabocas, uma música que tem 3 movimentos de dança, toré, maculelê e a marcha com refrão do hino de Recife; Tejucupapo, que tem base rítmica na música indígena do toré e do caboclinho; e a apoteose, A Batalha, que é uma música instrumental com muitos efeitos e orquestra com textura musical de marcha cívica e música afro, que traz, em clarim, citação ao hino de Jaboatão dos Guararapes. Os originais foram gravados de forma digital a base de Sampler, no Fábrica Estúdio.

Apesar do protagonismo do Conde Nassau, das suas investidas expansionistas rumo àsvizinhas, Alagoas e Bahia, seus acordos com Portugal e as traições, e da participação de coadjuvantes masculinos de peso, entre os quais o senhor de engenho João Fernandes Vieira; o brasileiro de origem portuguesa, André Vidal de Negreiros; o indígena, Filipe Camarão e o filho de escravos, Henrique Dias, a encenação deste ano irá enfocar a participação feminina nos conflitos. “Tentamos resgatar a história de mulheres que foram apagadas ao longo dos anos, como Clara Camarão, esposa de Filipe Camarão, as guerreiras de Tejucupapo, entre outras mulheres, que foram usadas como escudo na batalha de Casa Forte”, destaca o diretor Ruy Aguiar.

 

Batalha dos Guararapes – Assim Nasceu a Pátria

Texto e direção geral: Ruy Aguiar

Quando: dias 12, 13, 14 e 15 de novembro de 2022.

Horário: 20h

Local: Parque Histórico Nacional dos Guararapes (Terreno da Festa da Pitomba)

Acesso: Gratuito

Classificação etária: Livre

Espetáculo com acessibilidade em Libras