LITERATURA
Autor pratica 'reparação histórica' em livro sobre pintor Pedro Américo
Por: Allan Lopes
Publicado em: 23/09/2022 15:05 | Atualizado em: 23/09/2022 15:20
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| Divulgação |
Certamente você, leitor, contemplou o quadro ‘Independência ou Morte!’ em livros de história - não importa a idade. É a obra mais conceituada sobre a exclamação da Independência e, hoje, ornamenta o Salão Nobre do Museu do Ipiranga - espaço projetado especialmente para abrigar a tela de 4,15m de altura por 7,60m de largura. Contudo, poucos sabem nomear o autor e, muito menos, citar outra pintura de sua autoria. Quem vos escreve compreendia nestes círculos sociais até a leitura de ‘Além do Ipiranga, a extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas’, uma reparação histórica escrita pelo advogado Thélio Queiroz Farias. O lançamento da obra ocorre neste sábado (24), na sexta edição da Fenelivro, realizada no Bairro do Recife desde a última quarta (21).
É notório que o Brasil desvaloriza suas personalidades históricas, mas o caso de Pedro Américo é desproporcionalmente específico diante do legado para o país. De origem humilde em Areia, na Paraíba, Pedro mostrou inclinação à pintura desde a infância e impressionava familiares e vizinhos com um realismo espantoso nos desenhos.
Ele atravessou o mundo para refinar sua técnica sob a orientação de mestres renomados da academia artística, uma jornada de aprendizado inesgotável. A biografia é resultado de cinco anos de pesquisa que levou o autor a revisitar a história de Pedro Américo em fontes localizadas em Areia, Fortaleza, Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo, Florença, Paris, Bruxelas, Lisboa e, inclusive, Recife. Ávido por conhecimento, o paraibano conciliou outras áreas e se tornou romancista, poeta, cientista, teórico de arte, ensaísta, filósofo, político e professor brasileiro - além de ser referência na pintura nacional e internacional.
A vida e as obras de Pedro Américo se confundem, mas o autor esmiúça os 62 anos do artista em 244 páginas, com fatos inéditos, ilustrações e uma farta coletânea de fontes.
Embora pareça um tema rebuscado à primeira vista, a arte do paraibano é apresentada de forma acessível e leve ao leitor, sem estar atrelado a um conhecimento prévio ou acadêmico para emergir na leitura. Entusiasta da educação, Pedro Américo certamente aprovaria uma biografia que discorre tão didaticamente sobre as suas dezenas de facetas.
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