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MULHERES
Mostra virtual exalta beleza e força feminina nas danças populares de matriz afro-indígena
Publicado: 12/07/2022 às 11:00
(Foto: Pedro Raiz.)
A partir desta quinta-feira (14) até o sábado (16), acontecerá virtualmente a I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança, projeto com o intuito de jogar luz no protagonismo feminino nas danças populares de matriz afro-indígena. Com incentivo da Lei Aldir Blanc 2021, a mostra terá acesso livro através do canal do YouTube, cujo link também se encontra disponível no Instagram @mostraobinrinkunha.
Com 17 solos inéditos de dança, cada um com até 10 minutos, os três dias de programação exaltam o brilho de mulheres com trajetos expressivos em seus movimentos e danças populares (caboclinhos, maracatu, afoxé, xaxado, cavalo-marinho, frevo, samba-de-roda, coco e capoeira), além de rodas de conversa trazendo temas acerca de re(existência), memória, espiritualidade, história, ancestralidade e continuidade.

Zenaide Bezerra, Mestra Jeane Ferreira, Mestra Nice Teles, Maria Inêz, Denise Maria, Luciana Souza, Mirtes Ferreira, Iara Campos, Taynã Fortunato, Janaína Santos, Juliana Ramos, Silvania Ramos, Priscilla Tawanny, Josy Siqueira, Islene Martins, Marcela Santos e Marcela Rabelo, que também é produtora cultural e idealizadora da mostra, estão entre as participações centrais. As rodas de diálogo trazem as artistas da dança Vilma Carijós, Amélia Veloso, Adriana do Frevo, Zenaide Bezerra, Janaína Santos, Marcela Rabelo e a historiadora e pesquisadora da cultura popular Carmem Lélis.
“Obinrin (Obìnrin em Yorùbá, mulher, força do feminino) e Kunhã (do tronco tupi-guarani, mulher, moça, liderança feminina) são palavras que se apresentam para nomear a mostra numa perspectiva de reflexão, de busca e de retomada de valores e princípios para pensar as danças populares, afro-indígenas e brasileiras como lugar de produção de conhecimento, reconhecimento de nossa história e do papel das mulheres neste processo. Através dos trabalhos solos apresentados por artistas da dança e da cultura popular, a mostra visa ressaltar o trabalho de mulheres, que através do fazer artístico, sociocultural e ritualístico, reconhecem sua própria identidade e história, frente a um mundo que cada vez mais insiste no apagamento, desvalorização e na invisibilidade da importância destas danças para o entendimento de si enquanto ser protagonista de uma humanidade que preza a coletividade dos seres”, comenta a artista da dança Marcela Rabelo, idealizadora da mostra.

Para Marcela, este é um passo importante não só como mulher, mas como artista da dança, onde as decisões na feitura do projeto são centradas a partir do posicionamento das artistas envolvidas, respeitando suas escolhas e o tempo cotidiano de participante (tendo em vista que além do trabalho com a dança, com a comunidade e com o entorno que ela propicia, muitas das artistas e mestras também são mães). “Viabilizar não só espaços de visibilidade e fala para as mulheres artistas da dança e da cultura popular, mas poder de decisão sobre os recursos é também reparação histórica. Que mais e mais de nós possamos protagonizar e decidir”, negrita a idealizadora da mostra.
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