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Inhotim, um museu em movimento e que busca ainda mais conexão com o público

Publicado em: 27/12/2021 09:15 | Atualizado em: 27/12/2021 01:02

 (Inhotim/Divulgação)
Inhotim/Divulgação
A abertura do Museu de Arte Negra mostra um Inhotim longe da condição estática e inerte. É um caminhar evolutivo. É um museu em movimento. E, paralelamente ao MAN, o Instituto abriu uma outra exposição reforçando esse caráter. Em Deslocamentos, um dos trabalhos traz quatro mil metros de fitas esticadas e entrelaçadas pela natureza abundante do Inhotim, e todas elas convergem para a Galeria Fonte, onde homens nus, um por vez, "puxam" o Instituto. Intitulada Puxador-paisagem (H=c/M=c), a intervenção de autoria de Laura Lima suscita questões sobre o corpo como matéria e parte integrante da obra. A performance tem duração de dois meses.

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A mostra conta ainda com trabalhos de Cerith Wyn Evans, Gordon Matta-Clark, Jorge Macchi, Laura Lima, Matheus Rocha Pitta, On Kawara, Raquel Garbelotti, Rivane Neuenschwander, Rodrigo Matheus, Rubens Mano e Sara Ramo. A ideia é articular obras pensando processos de representação de lugares físicos e imaginados, com questões relativas à ocupação, ao compartilhamento e à migração entre diferentes territórios.

“As mazelas e contradições do capitalismo global e o desenho geopolítico das desigualdades sociais são centrais a alguns dos trabalhos reunidos aqui. A inquietação em relação à exploração e transformação da natureza e a consequente escassez de recursos naturais, assim como a crítica ao consumismo e à obsolescência programada, conectam diferentes perspectivas dos artistas”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

O Museu de Arte Negra e Deslocamentos integram o programa Território Específico, tema de pesquisa e eixo ao redor do qual Inhotim se organiza entre 2021 e 2022. Trata-se de uma investigação sobre os aspectos ambientais, sociais e artísticos ocorridos dentro do Inhotim como espaço, no entorno e na multiplicidade de relações desdobradas a partir dele.

Percorrer pelo Inhotim é um exercício de contemplação das mais de 4,5 mil espécies vegetais de todos os continente - algumas raras e ameaçadas de extinção. De inquietação, para admirar e refletir sobre obras nas galerias espalhadas pelos 140 hectares de visitação - o indicado é reservar dois dias para conhecer o espaço por inteiro. As visitas acontecem de quinta a sexta, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30, com ingressos a R$ 22 (meia) e R$ 44 (inteira).

Como a relação com o território em que está situado, o entorno de Brumadinho, as comunidades rurais e quilombolas da região e a relação com visitantes de todas as partes do mundo moldam a história, o presente e a projeção de futuro da instituição? É o que o Inhotim tem se questionado.
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