Pernambucano 'Rio Doce' é eleito melhor filme do Olhar de Cinema em Curitiba

O longa pernambucano Rio Doce, de Fellipe Fernandes, foi eleito o melhor filme do Olhar de Cinema: Festival Internacional de Curitiba, vencendo o Prêmio Olhar e também como melhor longa brasileiro das Mostras Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares. Ele foi exibido virtualmente na última quarta-feira e ganha uma nova sessão nesta sexta-feira, disponível na plataforma do festival até às 23h59 do sábado. 

O filme se debruça sobre a ideia de família a partir do vagar de Tiago, um jovem pai periférico, vivido por Okado do Canal, que tem sua vida abalada ao descobrir quem foi seu pai biológico, agora falecido, e a existência de irmãs que buscam conhecê-lo. Ao mesmo tempo, ele precisa lidar com sua própria família, em especial, sua filha, buscando se organizar para ter mais tempo com ela. 

“Queria partir da paternidade para falar da família e da sociedade como um todo. A paternidade se ampliou também para a questão da masculinidade e para uma ideia mais complexa de família. As ruínas de uma família tradicional e o que sustenta a existência dela”, afirma Fellipe Fernandes, em entrevista ao Viver publicada no início da semana. É o primeiro longa do diretor, responsável por curtas com excelente circulação e recepção, como O Delírio é a Redenção dos Aflitos e Tempestade. 

O filme se passa boa parte nos subúrbios de Olinda, onde Fernandes cresceu e onde busca alocar seus personagens em sua trajetória.  São personagens e espaços que estão dentro da minha vida, eu cresci em Rio Doce, Jardim Atlântico, venho de uma família proletária bem grande, morando quase toda na periferia de Olinda”, afirmou. O longa será distribuído pela Vitrine Filmes, continuando a circular por festivais até uma estreia comercial, ainda sem data prevista. “Minha expectativa é que o filme voe. Seja debatido, elogiado, criticado, que ele exista”, conclui o diretor.