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Pernambuco perde José Costa Leite, Patrimônio Vivo do Estado, aos 94 anos

Publicado em: 24/08/2021 17:20 | Atualizado em: 24/08/2021 17:40

José Costa Leite tinha mais de 70 anos em trabalhos com xilogravura, cordel e poesia (Jaqueline Silva/Secult-PE)
José Costa Leite tinha mais de 70 anos em trabalhos com xilogravura, cordel e poesia (Jaqueline Silva/Secult-PE)
Na manhã desta terça-feira (24), o cordelista, poeta e xilogravurista José Costa Leite faleceu aos 94 anos. O paraibano radicado em Condado, na Zona da Mata, desde os 11 anos era um dos patrimônios vivos do estado. Ele faleceu em casa, de causas naturais, ao lado da família. 

José Costa Leite deu seus primeiros passos na literatura de cordel no final dos anos 1940, levando seu trabalhos para serem declamados e vendidos nas feiras. No final da mesma década, também começou a trabalhar com a xilogravura, para poder criar capas para seus folhetos. 

Entre eles, estão títulos como O Rapaz que Virou Bode, A Peleja de Costa Leite e Eduardo e Alzira. Até os 20 anos, chegou a trabalhar na agricultura e no comércio, entre corte de cana, plantação de inhame e trabalhos nas feiras. Aprendeu a ler a partir do contato com outros poetas

Em 1959, produz seu primeiro almanaque, batizado de Calendário Brasileiro. Já na década de 1970, grava 3 LPs com suas poesias no Conservatório Pernambuco de Música. Tinha afeição por histórias de aventuras e discussões, criando uma série de pelejas. Sua obra se espalhou pelo estado e pelo Nordeste. Ele foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2006.

Autoridades lamentaram a perda do artista pernamnbucano. "A cultura popular perde muito com a morte de José Costa Leite. Foi um dos primeiros mestres a receber o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2006, e permaneceu atuante no seu oficío de contar histórias. Mostrou, com a simplicidade e delicadeza da literatura de cordel, a sua forma de ver o mundo", declarou Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

O Secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, também deu uma declaração sobre a importância e o legado do xilogravurista e cordelista. “Uma genialidade pautada na simplicidade. José Costa Leite segue, para nós, um patrimônio vivo, nao só na grande obra que nos ofereceu, também na sua capacidade exemplar de ler o mundo, com bom humor, criticidade e um olhar singular e universal. Perdemos um grande mestre, cuja admirável arte sempre nos ajudou a pensar o mundo. Que seja compromisso nosso honrar esse legado, valorizando a cultura, o nordeste e a resistência do nosso povo”, afirmou Mello. 

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