WEBSÉRIE
Mini websérie 'Recife é um ovo' retrata encontros e desencontros da cidade
Por: Danilo Lima
Publicado em: 29/06/2021 08:55
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| Disponível gratuitamente na internet, a história mistura comédia e romance inspirados pelo famoso dito popular (Foto: Miniwebséries/Divulgação) |
Quem nunca ouviu a expressão “Recife é um ovo”? Normalmente utilizada para exprimir como as redes de contato sempre se entrelaçam na nossa cidade, o dito popular virou também título de uma mini websérie lançada na última semana e que tem feito sucesso com os fãs do humor bairrista. A produção totalmente independente contém três episódios, que estão disponíveis nos perfis de Instagram (@recifeeumovo) e Youtube (Miniwebséries).
A pequena comédia romântica conta a história de um triângulo amoroso formado por Alice (Maria Laura Catão), que namora João Victor (Tiago Gondim), mas ainda é caidinha pela sua ex, Helena (Gabi da Pele Preta). O ponto de partida da trama é o retorno de Helena, que passava uma temporada em São Paulo, para a cidade do Recife. “A história se baseia nos encontros e desencontros e o quão improváveis são esses acontecimentos, mas no Recife você pode esperar por eles”, explica o roteirista e diretor do projeto, Gus Arruda Lins.
Ainda que repleto de pernambucanidade nos sotaques, músicas e gírias, o curta também se comunicou com pessoas de fora, fazendo com que o diretor percebesse que essa expressão talvez tenha um alcance ainda maior. “Esse fenômenos é muito característico da nossa cultura brasileira. Eu digo isso porque estamos acostumados a compreender nossa vida dentro da mesma cidade, dentro das mesmas estruturas de poder, cultura e consumo. Por isso que muita gente de outras cidades se identifica”, comenta.
O fenômeno também pode ser explicado ao observar os locais de convívio típicos de cada grupo social. Porém, segundo Gus, existe algo a mais em Recife que não se consegue decifrar. “Fazemos um recorte da classe média jovem da zona norte do Recife. A realidade é que os grupos sociais acabam seguindo os mesmos padrões. Isso dá pra explicar. O que não dá pra explicar é uma pessoa conhecer um recifense em uma estação de trem de Amsterdã e descobrir que são primos, como uma seguidora nos contou!”, relembra.
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| Com cena na Feirinha das Graças, o diretor Gus Arruda Lins pretende incentivar o público a visitar os espaços da trama (Foto: Miniwebséries/Divulgação) |
Com um tom leve e fofo, a trama faz piada do escracho familiar ao público que segue páginas de humor local, mas não deixa o romantismo de lado. “Isso é tão comum que chega um determinado momento em que essa bagunça social vira piada mesmo. Nós em nenhum momento dizemos que houve gaia na história, mas quem quiser que fale (risos). O recifense tem o costume de fazer piada com tudo, e se pudermos tratar com leveza mas responsabilidade, melhor”, afirma o diretor.
A websérie foi gravada de dezembro a janeiro de 2021 e teve a Feirinha das Graças como palco para a grande cena de reencontro do primeiro episódio. O diretor revelou também que tem interesse em fazer uma ação no local assim que possível. "Eu quero que as pessoas se apaixonem pela história e tenham vontade de conhecer a Feirinha das Graças, sempre da madrugada da sexta-feira para o sábado, e comam o pastel de jaca de Alice. Isso movimenta o comércio, a cidade e o imaginário das pessoas que convivem com as histórias contadas”.
Para não deixar ninguém de fora dessa “bagunça social”, o projeto também disponibiliza versão com audiodescrição e Libras. Se conseguir patrocinadores, o projeto pode ganhar uma segunda temporada com novos casos do público. Como contou Gustavo: “A receptividade está sendo incrível. Se tivermos uma segunda temporada, com certeza queremos ouvir as histórias de todo mundo!”.
Para dar aquele gostinho, confira abaixo o primeiro episódio da série:
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