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ARTE E TECNOLOGIA

Exposição gamificada retrata a importância ancestral de adornos e penteados

Publicado em: 29/06/2021 15:50 | Atualizado em: 29/06/2021 16:17

Apresentação virtual e imersiva representa mulheres de variadas etnias (Foto: Divulgação)
Apresentação virtual e imersiva representa mulheres de variadas etnias (Foto: Divulgação)


A importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como artifício de linguagem para grupos étnicos é o mote da exposição virtual Negras cabeças, da artista visual soteropolitana Illi, Íldima Lima, radicada no Recife, que está em cartaz a partir desta terça-feira (29). A mostra pode ser acessada através do Negras Cabeças Art, disponível neste link.

A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, e tem como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres pertencentes a grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça para expressar aspectos pertinentes à sua cultura.

Através da materialização dessas memórias, o objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão a debates da sociedade atual. “É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Não à toa a cabeça é usada como suporte dessa conexão", explica Illi.

Na primeira fase serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. No dia 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, um marco internacional de luta e resistência para reafirmar a luta contra o racismo e o sexismo vivido por mulheres negras, a exposição é lembrada para além da pintura, ressignificando a imagem da mulher negra nas artes visuais.

A artista visual Illi (Foto: Divulgação)
A artista visual Illi (Foto: Divulgação)

A exposição se apresenta de forma inédita ao se utilizar da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos três mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. A experiência foi produzida pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. O projeto Negras Cabeças tem o incentivo da Lei Aldir Blanc.

O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico. “A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.

SERVIÇO

Negras Cabeças - Exposição virtual gamificada
Quando: De 29 de junho a 30 de dezembro
Onde: http://www.negrascabecas.art

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