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LITERATURA

João Cabral de Melo Neto é declarado patrono da poesia de Pernambuco

Publicado em: 26/10/2020 17:19 | Atualizado em: 26/10/2020 17:20

A homenagem consagra o escritor que inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil (Foto: Divulgação)
A homenagem consagra o escritor que inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil (Foto: Divulgação)

No ano do seu centenário, o escritor recifense João Cabral de Melo Neto foi reconhecido como Patrono da Poesia de Pernambuco. O título foi concedido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), através de um projeto de lei do deputado Clodoaldo Magalhães (PSB), e publicado no Diário Oficial dessa sexta-feira (23). A homenagem consagra o escritor que inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Cabral faria 100 anos no dia 9 de janeiro de 1920.

Natural do Recife, João Cabral de Melo Neto era irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre. Passou sua infância entre os engenhos da família, nas cidades de São Lourenço da Mata e Moreno. Amante da leitura, lia tudo o que tinha acesso, no colégio e na casa da avó.

Em 1941, João Cabral participou do Primeiro Congresso de Poesia do Recife, lendo o opúsculo Considerações sobre o Poeta Dormindo. No ano seguinte, o escritor publicou sua primeira coletânea de poemas com o livro Pedra do Sono. Depois de se tornar amigo do poeta Joaquim Cardoso e do pintor Vicente do Rego Monteiro, mudou-se para o Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, prestou concurso para o funcionalismo público.

Durante os anos de 1943 e 1944, trabalhou no Departamento de Arregimentação e Seleção de Pessoal do Rio de Janeiro. Em 1945, publicou seu segundo livro - O Engenheiro -, custeado pelo empresário e poeta Augusto Frederico Schmidt. As obras literárias de João Cabral de Melo Neto são marcadas pelo uso da metalinguagem (muitos dos seus trabalhos falam sobre a própria criação literária).

Seus poemas também contêm imagens surrealistas e influência da cultura popular. Entre diversos escritos, João ficou consagrado pela obra Morte e Vida Severina, publicado em 1955. A obra retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.
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