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Cinema do Porto Digital será administrado pela Fundaj

Publicado em: 24/10/2020 08:00 | Atualizado em: 24/10/2020 08:29

 (Foto: Porto Digital/Divulgação)
Foto: Porto Digital/Divulgação


Há cerca de um ano, o Porto Digital anunciou que ganharia uma sala de cinema, localizada no 16º andar da principal sede do parque tecnológico (Cais do Apolo, 222, Bairro do Recife). A novidade agora é que o cinema fechou um convênio com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que ficará responsável pela administração da sala, sendo essa a terceira sala de cinema da instituição pública no Recife - a Fundação já possui exibidores na unidade do Derby, no Centro, e de Casa Forte, na Zona Norte da capital. A inauguração da sala com a parceria já firmada será no dia 3 de novembro, a partir das 15h, com evento restrito a 20 convidados. A data de abertura para o público, no entanto, ainda será definida.

O Cinema do Porto (nome oficial da sala) tem um telão de 7x3 metros, projetor da marca Christie modelo CP 2208 e áudio Dolby 7.1. Com 511 metros quadrados, a sala tem 138 lugares e quatro cadeiras acessíveis reservadas a cadeirantes. A reforma no antigo auditório do prédio, onde funcionam empresas de tecnologia e o Núcleo de Gestão do Porto Digital, foi iniciada em 2019 e recebeu investimentos de R$ 1,3 milhão nas obras e mais R$ 500 mil nos equipamentos.

Após a abertura, o Cinema do Porto destinará uma parcela dos bilhetes das sessões aos moradores da Comunidade do Pilar, situada no Bairro do Recife, que terão entrada gratuita na sala. Também serão realizadas sessões especiais aos residentes, incluindo exibições infantis e de acessibilidade dos projetos Alumiar e Índigo (voltadas a pessoas cegas, surdas e ensurdecidas, autistas ou com síndrome de Down) para o público geral. "Sabemos que isso é muito importante, pois muitos jovens de lá não têm acesso ao cinema", frisa Lucena. 

O cine já sediou atividades do festival Rec n'Play, em outubro de 2019. Durante o XXI Janela Internacional de Cinema do Recife, também recebeu uma sessão Bacurau comentada pelos diretores, os pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. A parceria entre o Porto Digital e a Fundaj para a abertura desse cinema foi iniciada ainda no primeiro semestre, com conversas entre presidentes das duas instituições, Pierre Lucena e Antônio Campos.

"Nós queríamos fazer uma entrega relevante para o Bairro do Recife, que é um local de grande acesso aos moradores da cidade, e também ao cinema de arte. A Fundaj surgiu como um parceiro natural aqui em Pernambuco, pois já opera outras salas. O departamento de cinema deles se colocou à disposição e cedemos o espaço”, explica Pierre Lucena, em entrevista ao Viver. O presidente comenta que o Porto Digital até sondou outras instituições, a exemplo do Itaú Cultural, mas a pandemia complicou as negociações. “Eles queriam esperar até o ano que vem e, no final das contas, os filmes não seriam tão diferentes, pois são os mesmos distribuidores. E a Fundaj é um parceiro muito qualificado."

A sala também acaba entrando no rol de ações para uma movimentação no Bairro do Recife, que se consolidado como uma área de escritórios da tecnologia. "Existem ideias de levar temas ligados à inovação para lá, mas não queríamos deixar apenas como um auditório. O cinema tornará o bairro mais atrativo. O colaborador larga de 18h e pode ir ao cinema. As pessoas vão ao Bairro do Recife de manhã, passam a tarde na feirinha e de noite podem ir ao cinema."

"Ao embarcar no Porto Digital administrando um cinema, a Fundação Joaquim Nabuco amplia o núcleo de cinema da Instituição", diz presidente da Fundaj, Antônio Campos. “Uma vez que assumimos a operacionalização do Cinema do Porto, teremos total liberdade para definirmos a programação e maior capilaridade para a difusão do cinema de arte, com títulos que estão fora do circuito comercial, mas encontram lugar cativo entre o público cinéfilo do Estado. Até o fim do ano, esperamos lançar também um Polo de Cinema, Vídeo e Áudio."

PORTOMÍDIA
O Portomídia, braço de economia criativa do Porto Digital, já atua na sétima arte ao disponibilizar laboratórios para pós-produção de materiais audiovisuais, fomentando essa cadeia produtiva cultural. Os laboratórios dispõem de softwares e equipamentos consolidados no mercado, tendo finaliza sucessos como Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, Boi Neon, de Gabriel Mascaro, Big jato, de Claudio Assis, entre outros. As produtoras alugam os espaços por períodos.
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