Família
Caetano Veloso recebe os filhos e toca músicas novas em show no Recife
Eterno tropicalista, Caetano apresenta, na capital pernambucana, o show da turnê em parceria com os filhos Moreno, Zeca e Tom
Por: Irlam Rocha Lima
Publicado em: 09/01/2018 15:37
Depois de cumprir o ciclo do Cê, entre 2006 e 2014, acompanhado por banda de jovens músicos, que gerou três discos, incontáveis shows e alguns prêmios - o Grammy Latino entre eles - Caetano Veloso participou de dois novos projetos. Comemorou o centenário de música, dele junto com Gilberto Gil, com turnê pelo Brasil e exterior; e fez ainda uma série de apresentações, inclusive em países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos, com a cantora Teresa Cristina. Agora, desde 3 de outubro, está ao lado dos rebentos no espetáculo Caetano Moreno Zeca e Tom Veloso.
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Inquieto, o eterno tropicalista conta que há muito tempo tinha vontade de fazer música com os filhos publicamente e lembra que, na infância dos três, sempre cantou para eles dormirem. "Moreno e Zeca gostavam. Tom pedia que parasse. Indo por caminhos diferentes, todos se aproximaram da música a partir de um momento da vida. Quis cantar com eles pelo que isso representa de celebração e alegria".
Após estrear no Rio de Janeiro e passar por cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, o show - registrado em DVD, com lançamento previsto para este ano - chega ao Recife hoje, com apresentação às 21h, no Teatro RioMar (Avenida República do Líbano, 251, Pina). Os ingressos custam entre R$ 70 e R$ 260, mas já estão esgotados. No palco, os quatro passeiam por um repertório de 28 canções. A maioria, obviamente, é de autoria do patriarca, mas há também contribuição dos filhos, como é o caso de Um canto de afoxé para o bloco do Ilê.
Há as sugeridas pelos filhos, outras remetem a momentos marcantes da trajetória artística e da vida de Caetano. A marchinha tropicalista Alegria, alegria, finalista do Festival da Record de 1967, que apresentou o artista ao Brasil, foi solicitada por Moreno. Já o pouco conhecido tema religioso Ofertório foi composto em 1997, a pedido da irmã Mabel, para a missa comemorativa aos 90 anos de Dona Canô, a saudosa matriarca dos Veloso.
No set list foram incluídas ainda a inédita Todo homem (Zeca Veloso), O seu amor (Gilberto Gil), Deusa do amor (Adailton Poesia e Valter Farias) e Tá escrito (Xande de Pilares, Carlinhos Madureira e Gilson Bernini). Reverente, Caetano destaca: "O show é dedicado às mães dos meus filhos e à memória de minha mãe".
Três perguntas para Caetano Veloso
Esse "nepotismo do bem", como sugeriu Nelson Motta, provoca que tipo de sentimento?
Felicidade e aprofundamento da experiência da vida.
A jovialidade dos seus parceiros de palco - a exemplo do ocorrido na trilogia do Cê, com Pedro Sá, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes - lhe instiga até que ponto?
Adoro estar com Pedro, Ricardo e Marcelo, mas estar com meus filhos não é só música. Ou melhor (porque estar com os outros três tampouco é só música), estar com meus filhos nem é música. É vida e alguma coisa mais.
Qual foi o critério de escolha das canções?
O gosto e a adequação à situação especial.
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