Televisão Especial de Chacrinha na TV alia nostalgia e novidade, mas dispensa bagunça e chacretes 'É uma honra interpretar o Chacrinha', diz Stepan Nercessian, sobre tributo ao Velho Guerreiro

Por: Tiago Barbosa

Publicado em: 06/09/2017 14:15 Atualizado em:

Stepan, caracterizado como Chacrinha, e Ney Matogrosso: memória. Foto: Globo/Divulgação
Stepan, caracterizado como Chacrinha, e Ney Matogrosso: memória. Foto: Globo/Divulgação


A trajetória artística do pernambucano Abelardo Barbosa (1917-1988), o Chacrinha, é parte indissociável da tevê brasileira. Comunicador hipnotizante e criador de bordões imortais, ele moldou o formato de programa popular de auditório e se tornou inspiração para gerações seguintes de apresentadores. Parte do sucesso passa pelo Cassino do Chacrinha, na Globo, entre os anos de 1982 e 1988. O programa inspira o especial Chacrinha, o eterno guerreiro, exibido nesta quarta-feira, às 22h30, pela emissora para homenagear o centenário de nascimento do artista.

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Já transmitido no Viva, a atração recria a cenografia e o formato da atração, com chacretes em maiô (discretos, diferentes do original), plateia munida de cartazes e vinis e um time de jurados de estrelas em trajes reluzentes - Luciano Huck, Fernanda Lima, Regina Casé, Angélica, Tiago Leifert, Ana Maria Braga, Glória Maria, André Marques. A concepção do show é fruto da dobradinha entre a diretora-geral Daniela Gleiser (Amor & sexo) e do diretor artístico Rafael Dagraud (roteirista de Minha mãe é uma peça). As apresentações musicais mesclam habitués do Cassino com artistas novos: Roberto Carlos, Blitz, Fábio Junior, Alcione, Ney Matogrosso, Marília Mendonça, Luan Santanna, Sidney Magal, Anitta.

O personagem principal da festa é interpretado por Stepan Nercessian. O ator reviveu o ídolo no palco e rodou o país com o espetáculo sobre a vida do apresentador, chamado Chacrinha, o musical. Caracterizado com a indumentária hiperbólica - terno brilhante, colorido, óculos garrafais e buzina -, ele é convincente na imitação com bordões, bincadeiras e rouquidão do comunicador.

A fusão de nostalgia e modernidade produz um especial agradável. O Rei Roberto, por exemplo, recorda como se machucava quando beijado por Chacrinha em função da posição do microfone do apresentador. Mas faltaram a espontaneidade na relação público-artistas-jurados e a esculhambação visual orquestrada, a bagunça saudável do original. Pareceu asséptico. Sem contar a ausência de ex-chacretes como Rita Cadillac, testemunhas vivas da memória do Velho Guerreiro.

DUAS PERGUNTAS - Stepan Nercessian, ator (concedida a Fernanda Guerra)

Como é revivê-lo?
Uma honra interpretar, reverenciar um artista do naipe do Chacrinha. Momento de glória e alegria na minha carreira. Ele foi a representação da autenticidade na TV. Corajoso, irreverente e antenado com o público. Claro que se fosse hoje, teria que continuar lutando, brigando para conseguir manter a maneira de ser. Naquela época, enfrentou censura, igreja, bons costumes, hipocrisia e muitos poderes. Mas não abriu mão de suas ideias.

Como está o programa?
Neste especial, 100 anos do Velho Guerreiro, existe uma bela ideia. O próprio Chacrinha apresenta o programa e convida  os artistas que convidaria se estivesse vivo. Foi emoção o tempo todo. Cada artista que entrava uma paixão. Evidente, que assim como emocionava o Chacrinha, a presença do Rei [Roberto] mexe com todos nós.

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