Diario de Pernambuco
Busca
Crítica Anitta detona decisão que libera 'cura gay': 'Burrice' Em vídeo, cantora se diz devastada e pede aos pais para não obrigar filhos a buscar tratamento

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Por: AE

Publicado em: 18/09/2017 23:24 Atualizado em: 18/09/2017 23:38

Artista pede que representantes se preocupem com temas como corrupção e falta de educação. Foto: Instagram/Reprodução
Artista pede que representantes se preocupem com temas como corrupção e falta de educação. Foto: Instagram/Reprodução

A cantora Anitta gravou um vídeo contra a decisão do juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de reversão sexual, conhecida como "cura gay", tratamento proibido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) desde 1999. A decisão atende a pedido da psicóloga Rozangela Alves Justino em processo aberto contra o colegiado, que aplicou uma censura à profissional por oferecer a terapia aos seus pacientes.

Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre

"Hoje é um dia muito triste pra toda a população brasileira. Eu acabo de saber que foi considerado doença ser gay, ser bissexual, ser homossexual. Eu 'tô' devastada por dentro e quero mandar toda a minha solidariedade pro meu público, que me faz chegar até aqui, pros meus amigos e mandar toda a minha força. Não sei como a gente consegue ajudar, mas eu tô aqui rezando para que os nossos representantes deem atenção pro que realmente é importante, que é consertar a nossa miséria, a nossa corrupção, a nossa falta de educação, de instrução, até mesmo para ninguém mais cometer uma burrice como essa", diz a cantora, em vídeo publicado na noite desta segunda-feira. 

O vídeo foi publicado com uma legenda bilíngue, em inglês e português: "O Brasil se devastando e as autoridades preocupadas com quem queremos nos relacionar. Isso precisa acabar. Deus, cure a doença da cabeça do ser humano que não enxerga os verdadeiros problemas de uma nação. Pais, não obriguem seus filhos a procurarem cura pra uma doença que não existe, baseados neste fato político. Essa busca interminável sim pode deixa-los realmente doentes".

"A fim de interpretar a citada regra em conformidade com a Constituição, a melhor hermenêutica a ser conferida àquela resolução deve ser aquela no sentido de não provar o psicólogo de estudar ou atender àqueles que, voluntariamente, venham em busca de orientação acerca de sua sexualidade, sem qualquer forma de censura", anotou o magistrado. Para o CFP, a decisão liminar, proferida na sexta-feira (15), abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual. Segundo a entidade, "a ação foi movida por um grupo de psicólogos defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico".

Segundo o CFP, na audiência de justificativa prévia para análise do pedido de liminar, a entidade se posicionou contrária à ação, "apresentando evidências jurídicas, científicas e técnicas que refutavam o pedido liminar". Os representantes do CFP destacaram que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - entendimento reconhecido internacionalmente. Também alertaram que as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, "como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico". O CFP informa que o processo está em sua fase inicial e afirma que vai recorrer da decisão liminar.

Acompanhe o Viver no Facebook:



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL