Televisão
Girls chega ao fim bem-sucedida na tarefa de reinventar o olhar sobre a mulher
Sexta temporada da série de Lena Dunham estreia neste domingo, na HBO
Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco
Publicado em: 12/02/2017 17:00 Atualizado em: 10/02/2017 21:43
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| Zosia Mame, Jemima Kirke, Lena Dunham e Allisson Williams. Foto: HBO/Divulgação |
Em janeiro deste ano, Lena Dunham elogiou a revista Glamour por não esconder a celulite dela na capa da publicação, estampada pelas quatro protagonistas de Girls. Para quem acompanha a norte-americana, de 30 anos, a postura foi coerente e diz muito sobre o pensamento da atriz, diretora e criadora da série, cuja sexta e última temporada estreia neste domingo, à meia-noite (horário do Recife) na HBO. O seriado provocou os paradigmas da televisão ao apresentar uma trama cômica com mulheres independentes, questionar padrões de beleza, ignorar tabus sexuais e abordar com naturalidade questões sobre feminismo e homossexualidade.
Lançada em abril de 2012, a série acompanha as diferentes fases de Hannah Horvath, Jessa Johansson (Jemima Kirke), Marnie Michaels (Allisson Williams) e Shoshanna Shapiro (Zosia Mamet), que enfrentam conflitos internos e externos, como crises de relacionamento, dúvidas profissionais, problemas familiares ou no ciclo de amizades e questões existenciais. Moradoras de Nova York, as quatro amigas estão no período que precede os 30 anos. Elogiada pela crítica, a trajetória da série inclui a consagração como Melhor Atriz e Melhor Série Cômica do Globo de Ouro, em 2013.
Em diálogos ou situações vividas por personagens, a abordagem natural de questões sexuais é um dos diferenciais. Sem muito glamour, as cenas de sexo estreladas por Lena Dunham, atriz fora dos padrões de beleza, são bons exemplos. A mais impactante, no entanto, foi na quarta temporada, ao mostrar uma cena de beijo grego da personagem de Allison Williams com o parceiro, que despertou críticas de parte da imprensa e comentários variados na internet. Ainda sobre a narrativa louvável do seriado, os personagens gays se inserem no contexto de representação.
O fim da produção foi anunciado ano passado como uma decisão madura. "Acho que os Estados Unidos tendem a manter os programas além de seus prazos. Eu gosto do modelo britânico: entra e sai", disse Dunham, à revista Variety. Na trajetória coerente que busca uma evolução da sociedade, Lena Dunham escreverá um roteiro sobre uma série feminista ambientada nos anos 1960. A autora do livro Não sou uma dessas (2014) ainda cogita um reencontro das quatro amigas em uma versão cinematográfica. Por enquanto, é só uma ideia de reunir, mas que só deve acontecer quando elas estiverem na faixa dos 40 anos.
O início do fim
Na sexta temporada, Hannah está se consolidando como escritora, após a performance em The Moth, e consegue um novo trabalho. Marnie segue na tentativa de se tornar uma mulher independente, após se divorciar de Desi. Ela encara um novo relacionamento com Ray. A autosuficiente Jessa segue o relacioanmetno com Adam, com quem elabora um projeto criativo que pode provocar discórdia. Shoshanna se aperfeiçoa em uma agência de marketing, mas decide se distanciar das amizades por julgar prejudicial. Entre os atores convidados, Riz Ahmed (The night of) como Paul-Louis e Matthew Rhys e Tracey Ullman (Tracey Ullman's show).
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