Televisão
Diretor de TV de série gravada no estado vê 'risco de extinção' da cultura popular
Série sobre riquezas brasileiras mostra Olinda no primeiro episódio
Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco
Publicado em: 10/02/2017 17:00 Atualizado em: 10/02/2017 19:39
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| Maracatu é uma das tradições culturais retratadas na série. Foto: Canal Curta!/Divulgação |
As coordenadas geográficas do país ganham feições culturais na série Latitude, longitude, que estreia nesta sexta-feira, às 18h30 (horário do Recife), no canal Curta!. Olinda é o cenário do primeiro episódio, mas o programa também mostrará as tradições dos municípios de Tracunhaém e Caruaru, respectivamente na Zona da Mata e Agreste do estado. No lançamento, as manifestações artísticas da cidade ganham foco. Dirigida por Belisário Franca, a atração mostra entrevistas com representantes do Grêmio Musical Henrique Dias e com o artista plástico Manoelzinho Salustiano. Além do aspecto cultural, a boemia no entorno da Bodega de Véio também será retratada no episódio.
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Para o diretor, Olinda é ótimo lugar para começar o seriado de 21 episódios. "A cidade é um Patrimônio da Humanidade, conhecida pelas artes plásticas, arquitetura e cânone de cultura. Os três fatos do episódio representam a riqueza artística absurda que tem no lugar", explicou o diretor Mário Franca. Ele se diz fascinado pela Cidade Alta, "um dos lugares para ricos do Brasil para se fazer esse tipo de projeto".
A série, concebida pela Giros Produtora, faz um mapeamento da cultura popular brasileira. No episódio de Tracunhaém, ainda sem data de exibição, o programa retratou a produção artesanal do local, a partir do trabalho de barro traçado pela família do artesão Mestre Nuca, escultor dos Leões. O maracatu também é um ponto destacado. A série apresenta o trabalho realizado pela agremiação Pavão Dourado. O músico e produtor Sid Batera, cuja carreira musical é marcada por ritmos populares como ciranda, maracatu e coco, também é entrevistado.
Em Caruaru, a produção entrevistou o músico e compositor Azulão, de 74 anos, expoente do forró na região. Outros pontos também foram aprofundados, como a tradição de cordel, as trajetórias dos artesãos Mestre Vitalino e Mestre Galdino, além de um panorama geral do Alto do Moura.
A série foi gravada em 27 municípios brasileiros. Entre os lugares visitados, Praia do Forte, na Bahia, Parati, no Rio de Janeiro, e Garibaldi, no Rio Grande do Sul, além de Florianópolis, uma das poucas capitais abordadas. Com a experiência do projeto, o diretor levantou uma preocupação quanto ao futuro de manifestações artísticas, que parecem estar em extinção. "Elas aparecem de vez em quando na televisão e é sempre uma coisa superficial. Quando estava gravando a série, senti que algumas estão em declínio, principalmente porque pouca gente fala daquilo", analisa.
"Deu para ver que o Grêmio Henrique Dias está bem. Mas para o Maracatu Pavão Dourado, por exemplo, é difícil prever o futuro. O único momento de brilho que tem é no carnaval. Depois, as pessoas não visitam o local", critica. A série Latitudes, longitudes tem como proposta falar com mais profundidade sobre tradições culturais e naturais.
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