Televisão Ministro da Cultura critica veto de Chico Buarque à música no Roda Viva O pernambucano Roberto Freire diz: 'Essa postura do Chico Buarque é fruto de todo um processo de crescente intolerância que precisamos parar'

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 29/11/2016 14:15 Atualizado em:

Novo ministro da Cultura em entrevista no Roda viva. Foto: TV Cultura/Reprodução
Novo ministro da Cultura em entrevista no Roda viva. Foto: TV Cultura/Reprodução
O pedido do cantor, compositor e escritor Chico Buarque de retirar a música Roda viva do programa homônimo da TV Cultura foi repercutida na própria atração. Em entrevista na edição da segunda-feira (28), o novo ministro da Cultura, Roberto Freire, criticou o veto da canção e o julgou como reflexo da intolerância.

"Essa postura do Chico Buarque é fruto de todo um processo de crescente intolerância que precisamos parar. Até porque o Roda viva não entrevistou apenas Michel Temer, que é desafeto político, vamos chamá-lo, do grande artista brasileiro. Outros talvez também não fossem do seu agrado, só que o momento que o Brasil vivia não era tão relevante quanto parecia agora nesse momento", opinou o ministro.

Para Freire, a postura pode desencadear outros gestos de intolerância. "Perdemos todos, porque com atos como esse isso talvez até ajude que outros, sem a dimensão do Chico, imaginem que podem ampliar ainda mais sua intolerância. Perdemos, mas vamos continuar com a mesma pregação de que estamos abertos ao diálogo. Uma coisa é verdade, eu diria que com o Chico eu tive excelentes diálogos quando estávamos na resistência contra a ditadura, e eu não mudei na minha postura democrática", complementou.

Desde 2008, a música faz parte do programa. Na edição de segunda-feira (28), a canção foi substituída pela abertura antiga. Em apoio ao movimento lançado pelo movimento Jornalistas Livres, Chico Buarque decidiu entrar com pedido de retirada da música por não compactuar com o direcionamento da atração, sobretudo após a entrevista com o presidente Michel Temer (PMDB) no último dia 14 de novembro. Gravada no Palácio da Alvorada em Brasília, a entrevista foi duramente criticada por internautas e opositores ao governo.

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