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Subproduto Com protagonistas mulheres, novo Caça-Fantasmas é redundante e previsível A comédia fantástica protagonizada por quatro mulheres que enfrentam assombrações em Nova York está em cartaz

Por: Júlio Cavani - Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/07/2016 08:21 Atualizado em: 16/07/2016 00:48

Melissa McCarthy, Leslie Jones, Kate McKinnon e Kristen Wiig enfrentam as almas sebosas ectoplasmáticas (Sony/ Divulgação)
Melissa McCarthy, Leslie Jones, Kate McKinnon e Kristen Wiig enfrentam as almas sebosas ectoplasmáticas


Depois de dois longas-metragens, duas séries de animação, brinquedos, quadrinhos, livros e videogames, a marca Caça-Fantasmas mostra-se inesgotável ao ressurgir em 2016 com um novo filme protagonizado por mulheres. O resultado é genérico demais e não passa de mais um mero subproduto redundante e previsível, que parece ter sido desenvolvido em modo automático, sem riscos ou maiores esforços criativos.

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A atualização dos efeitos especiais para a era 3D pós-Avatar, com grafismos holográficos fluorescentes, é o verdadeiro diferencial do novo episódio. A tridimensionalidade realmente é mais aprofundada e os raios parecem sair da tela. É um acréscimo técnico que oferece novas sensações, mas não novas ideias. O aspecto fantasmagórico das almas sebosas ectoplasmáticas, afinal, já era eficiente nos primeiros filmes produzidos com tecnologias menos digitais e com menos possibilidades de movimento e pirotecnia.

Efeitos holográficos 3D fazem diferença no novo filme (Sony/ Divulgação)
Efeitos holográficos 3D fazem diferença no novo filme

A inversão de gêneros é sempre bem-vinda, já que a maioria das produções da indústria do cinema é protagonizada por homens de forma absurdamente desigual. Assim como nos primeiros filmes, que combinavam ação, suspense e comédia, a equipe de caça-fantasmas é interpretada por quatro humoristas. As atrizes Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon e Leslie Jones agora assumem os papéis das caçadoras de assombrações. No lugar de ter uma secretária, elas recebem ajuda de um atrapalhado assistente, vivido por Chris Hemsworth (Thor). Os comediantes do primeiro filme também fazem pontas (exceto Harold Ramis, falecido em 2014).

A inclusão feminina é um ponto positivo e uma tendência vista em filmes recentes, como nos últimos capítulos de Star Wars e Mad Max. Entretanto, outros estereótipos ainda são mantidos, já que há piadas e situações politicamente incorretas sobre aspectos como a diversidade étnica (a negra é funcionária de metrô, enquanto as brancas são pesquisadoras de universidades).

O diretor Paul Feig, que escreveu a história junto com a roteirista Katie Dipold, tem feito comédias de ação com protagonistas femininas, como A espiã que sabia de menos, As bem-armadas e Missão madrinha de casamento (todos também com Melissa McCarthy no elenco).


A trama tem uma estrutura clássica que começa com situações mais pontuais de ataques de fantasmas e cresce até chegar a uma ameaça contra a população de Nova York como um todo. O filme é exatamente o que se espera, principalmente para quem viu o trailer, os materiais de divulgação ou leu algo a respeito.

A aventura começa quando uma cientista (Kristen) é alertada sobre a aparição de fantasmas em uma antiga mansão em Manhattan. Ela resolve encontrar uma ex-colega (Melissa), pesquisadora de fenômenos sobrenaturais que trabalha junto com uma amiga (Kate) especializada em geringonças eletrônicas que detectam espectros. Juntas, as três decidem criar uma central de atendimento para localizar as misteriosas assombrações. Uma bilheteira do metrô (Leslie) as procura para alertar sobre a presença de um espírito nos trilhos e é convidada para integrar o grupo. É aí que as Caça-Fantasmas começam a atuar como um quarteto.



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