Artesanato Fenearte termina com fluxo de público e negócios semelhante a 2015 Após a feira, peças à venda podem ser encontradas em várias cidades pernabucanas

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/07/2016 08:58 Atualizado em:

Estimativa de movimento da Fenearte para este ano foi de 310 mil pessoas. Crédito: Ricardo Fernandes/DP./D.A. Press
Estimativa de movimento da Fenearte para este ano foi de 310 mil pessoas. Crédito: Ricardo Fernandes/DP./D.A. Press

Entre os artesãos que participaram da Fenearte este ano, houve um consenso: a crise econômica existe, afetou as vendas, mas poderia ter sido pior. A movimentação de pessoas, especialmente nos últimos três dias, turbinou as vendas de muitos expositores, especialmente aqueles que dependem de uma clientela flutuante. O tema “Artesanato: a arte brincante” também colocoiu em evidência artistas populares voltados para o lúdico, especialmente os da Mata Norte, como Carpina e Glória do Goitá, municípios tradicionais na confecção de brinquedos e mamulengos.

De acordo com a analista do Sebrae, Fátima Gomes, o clima de pessimismo com a economia já havia revisado as previsões de lucro para baixo, mas, ainda assim, as projeções de venda durante a feira atingiram o esperado. “Ainda não temos um balanço final, mas, nos primeiros sete dias de feira, tivemos 280 encontros entre lojistas e artesãos nas Rodadas de Negócios e o volume de vendas estava em R$ 2,9 milhões, contra R$ 5,05 milhões ao longo de toda a Fenearte em 2015. Já tínhamos a expectativa de que esse índice cairia de 30% a 40%, porque os artesãos produziram menos. Às vezes, os lojistas queriam comprar, mas não havia produtos suficientes”.

Quem veio de longe afirma que as vendas não encheram os olhos, mais ainda vale a pena se deslocar até a feira. “Estava aceitável”, resume o comerciante senegalês Seringe Touba, que vendeu em seu estande produtos da África, como tecidos, máscaras e roupas prontas. Já Eliana Aragão, vizinha e auxiliar do famoso artesão de couro cearense Espedito Seleiro, calcula os ganhos em R$ 60 mil, mesmo valor do ano passado. “As vendas foram boas, apesar da crise. Tivemos de repor mercadoria durante a feira e ela também acabou, embora Espedito tenha uma clientela fiel que chega em peso nos primeiros dois dias”.

Há até quem comemore o desempenho na Fenearte. É o caso da comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, em Salgueiro, no Sertão, que começou a participar da feira em 2001. No estande, eram oferecidas bolsas, artigos de cerâmica, bonecas, colares e roupas. “Em média, vendemos por volta de R$ 8 mil a cada edição, e mesmo antes do último dia já ultrapassamos este valor. Só não fizemos mais porque nossos produtos não custam caro”, conta Maria Lourdes da Silva, moradora da localidade. O otimismo é compartilhado pelo diretor de promoção do artesanato da AD Diper, agência do Governo de Pernambuco que promove a Fenearte. “A feira foi melhor que o ano passado para varios artesãos. Vamos atingir a expectativa que tínhamos, de R$ 40 milhões em negócios”.

ONDE ENCONTRAR

A Fenearte chegou ao fim, mas a produção artesanal de Pernambuco pode ser vista em várias cidades espalhadas pelo Estado

RECIFE
A Casa da Cultura, localizada no Bairro de São José, e a Feira de Boa Viagem são locais tradicionais de venda de artesanato no Recife, mas o Centro de Artesanato de Pernambuco, localizado no Bairro do Recife, tomou para si a função de centralizar parte importante da produção artesanal do Estado. Informações: www.artesanatodepernambuco.pe.gov.br.

BELO JARDIM
O Centro de Artesanato Tareco e Mariola, administrado pelo Instituto Conceição Moura está localizado às margens da BR-232 em Belo Jardim, no Agreste. A instituição vende exclusivamente a produção de artesãos da cidade. Bonecas de pano, panelas e cabeças de cerâmica, além dos mais variados objetos feitos com material reciclado estão entre os produtos disponíveis ao público.

BEZERROS
A cidade concentra vários locais voltados para a divulgação e comercialização da produção artesanal. Um deles é a Casa de Cultura Popular Lula Vassoureiro, onde o artista Lula Vassoureitro vive e trabalha fazendo máscaras de papel. Uma filial do Centro de Artesanato de Pernambuco também está sediada no município. O Memorial J. Borges, onde a obra do lendário xilogravurista pode ser admirada, é outra atração da cidade.

PETROLINA
O Centro de Cultura Ana das Carrancas foi inaugurado em 2000 e é mantido pelas duas filhas da artesã, Maria da Cruz e Ângela Lima, que também são escultoras de barro. O local tem salas de arte, dormitório, loja e espaço para oficinas.


MAIS NOTÍCIAS DO CANAL