Música Produtor do Abril Pro Rock relembra trajetória e fala sobre novos planos para o festival Paulo André Pires, idealizador do festival, acredita na importância da divulgação da música independente no país

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/03/2015 08:54 Atualizado em:


Paulo André Pires durante coletiva de imprensa na última terça. Crédito: Larissa Lins/DP/D.A Press
Paulo André Pires durante coletiva de imprensa na última terça. Crédito: Larissa Lins/DP/D.A Press

Idealizador do Abril Pro Rock, Paulo André Pires gosta de mencionar uma coincidência sobre a história do festival: ele foi criado no mesmo ano que o Recifolia. Ao contrário do carnaval fora de época que, no início da década de 1990 tomava a Avenida Boa Viagem, o APR continua ativo. Chega este ano à 23ª edição e, no dia 25 de abril, atinge a marca dos 500 shows. A associação não objetiva comparar relevância ou impacto no cenário da música local, mas serve como parâmetro para reforçar o mérito das mais de duas décadas em atividade. Motivo que justifica as palavras-chave da edição deste ano: tributo e renovação.

Nos primeiros anos, o festival não possuía escritório fixo. Os encontros com produtores e jornalistas eram no extinto Circo Maluco Beleza, nas Graças, Zona Norte do Recife. Os organizadores atendiam dezenas de telefonemas todos os dias, enquanto aguardavam os visitantes. Do outro lado da linha, jovens perguntavam sobre a micareta do Recifolia, que acontecia nos meses de outubro. “Eu tinha vontade de chamar cada um deles para também conhecer o Abril Pro Rock. Queria falar sobre os movimentos que estavam surgindo. Mas me controlava e fornecia as informações que me pediam”, conta. Chegou a promover show de Chico Science e Nação Zumbi em colégio particular da Zona Sul do Recife, a fim de divulgar o festival, que ainda engatinhava. “Hoje encontro aqueles estudantes, agora adultos, e eles são roqueiros”, comemora Paulo André.

Esses estudantes da década de 1990 estão entre os mais esperados na 23ª edição do Abril Pro Rock. Mas não somente. Os pais deles, fãs do rock psicodélico da década de 1970, também são alvo do festival e ganham um dia extra na programação, dedicado exclusivamente aos movimentos da MPB daquela época. Enquanto o Chevrolet Hall recebe os dois dias principais do evento (24 e 25 de abril), o Baile Perfumado abriga as atrações do terceiro dia do cronograma, marcado para o sábado anterior, dia 18 de abril. Nomes nacionais e internacionais se distribuem entre as três noites de Abril Pro Rock, incluindo os pernambucanos Ave Sangria, Flaviola e Juvenil Silva, Almah (SP), de Edu Falaschi (ex-Angra), Far from Alaska (RN), Gangrena Gasosa (RJ), a baiana Pitty e os mineiros do Pato Fu. Juntam-se ao time os estrangeiros dEus (Bélgica), The Shivas (EUA), Coroner (Suíça) e Marduk (Suécia). “A ideia é homenagear os pernambucanos que aqueceram a cena rock psicodélica nos anos 1970 e agregar os jovens dos anos 2000”, resume Guilherme Moura, um dos idealizadores do festival.



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