Música Bob Marley completaria 70 anos nesta sexta-feira. Como ele estaria se vivo? Músicos e admiradores imaginam futuro do astro do reggae

Por: Pedro Siqueira - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/02/2015 09:50 Atualizado em: 05/02/2015 10:58


Bob Marley deixou o mundo aos 36 anos. Crédito: Site Oficial/Reprodução
Bob Marley deixou o mundo aos 36 anos. Crédito: Site Oficial/Reprodução

"O dinheiro não pode comprar vida". Com as palavras, ditas ao filho no leito de morte, Robert Nesta Marley (Bob Marley) se despedia do mundo, em 1981, aos 36 anos. Cantor sensível, compositor marcante e guitarrista para além dos padrões, o jamaicano entrou para a história da música por disseminar o reggae pelos quatro cantos do mundo e promover uma cultura de paz. A partida precoce inquieta fãs e seguidores a perguntar: onde estaria Bob se estivesse vivo?

Fruto do amor entre uma jovem jamaicana e um capitão, Bob Marley nasceu no pacato vilarejo de Nine Mile. Influenciado pelos ritmos que começavam a surgir no Caribe como o calipso e o reggae, o jovem Marley logo se juntou aos inseparáveis Bunny Wailer e Peter Tosh para fundar o grupo The Wailers, com quem gravaria boa parte dos discos lançados nos anos 1960 e início da década de 1970. São dessa época clássicos como Catch a fire (1973), que traz o primeiro hit de Marley, Stir it up, e Exodus (1977), considerado um dos 500 melhores discos de todos os tempos pela Rolling Stone.

Na esteira de Marley, o reggae se consolidou de fato no Brasil com a gravação de Não chores mais, em 1979, versão de Gilberto Gil para No woman no cry, gravada em 1974 por Bob. A partir daí, surgiram os primeiros reggaemen brasileiros, como Edson Gomes e o pernambucano Ívano, um dos pioneiros no estado. O sucesso da incursão de Gil no ritmo rendeu até uma turnê nacional com o jamaicano Jimmy Cliff, que passou pelo Ginásio Geraldão, no Recife, em 1980.

O fenômeno de popularidade do reggae, que teve um crescimento significativo no Recife, é explicado pelo produtor cultural Dirceu Melo, idealizador de festivais como o Celebração Reggae: "O público no Recife sempre foi fiel e numeroso. Acho que isso tem muito a ver com a mensagem da música, que prega o amor, a tranquilidade, esses valores são muito importantes". Só em 2014, por exemplo, a cidade recebeu shows de artistas internacionais como o já citado Bunny Wailer, Dezarie e SOJA. "O interessante do público é que além de numeroso ele tem uma faixa etária muito variada. São pais que levam filhos, casais de namorados, etc…", ele diz. Seja em discos, shows, homenagens, o legado de Bob vive, afinal, "não se preocupe com nada, pois tudo vai dar certo".

Onde estaria Bob?

Crédito: Facebook/Reprodução
Crédito: Facebook/Reprodução
"É difícil imaginar, mas eu acho que a revolução que ele iniciou na Jamaica estaria mais forte do que nunca. Como ele era um dos principais nomes do reggae de raiz, acho que não fugiria muito do estilo que o consagrou. Poderia até se aventurar em novos territórios musicais, mas manteria as origens”.
Fred 04, da Mundo Livre S/A





Crédito: Nelson Garrido/Divulgação
Crédito: Nelson Garrido/Divulgação
"Acho que a grande questão é o que ele não estaria fazendo (risos). Provavelmente não estaria no Facebook, nem encaretaria parando de fumar, mas creio que certamente não abandonaria o palco, continuaria sempre produzindo. E, pelo jeito, teria um verdadeiro time de futebol de filhos.”
Juvenil Silva, músico 





Crédito: Pedro Escobar/Divulgação
Crédito: Pedro Escobar/Divulgação
"Ele continuaria aquele velho Bob Marley ativista. A mensagem das músicas era muito forte. Eu acho, até, que a Jamaica hoje seria um lugar muito melhor se ainda tivesse um porta-voz como Bob. Talvez muitos dos problemas e preconceitos do mundo seriam menores se ele ainda vivesse."
China, cantor e compositor





Crédito: Instagram/Reprodução
Crédito: Instagram/Reprodução
"Se estivesse vivo, certamente permaneceria no reggae. Era o que ele sabia fazer de melhor. Isso se percebe na maneira iluminada como ele cantava. Era uma coisa de alma mesmo, Bob era uma pessoa iluminada. E o reggae tem uma mensagem impressionante, que toca o coração das pessoas.”
Dirceu Melo, músico





Crédito: Cristiano Caniche/Divulgação
Crédito: Cristiano Caniche/Divulgação
"A pergunta não é difícil de responder. Acho que ele estaria envolvido na música como sempre esteve. Trabalhando velhas e novas canções em variados formatos e estilos. Bob não ficaria restrito a apenas um estilo de reggae e lidaria muito bem com a diversidade da música.”
Jai Mahal, músico e radialista carioca





Crédito: Tiago Rocha/Divulgação
Crédito: Tiago Rocha/Divulgação
"Ele estaria mais engajado do que nunca nas causas sociais. Acredito que, devido à idade, não estaria em um ritmo de shows e discos tão frenético, mas continuaria participando ativamente dessas causas. Ele hoje estaria mais para um líder à la Martin Luther King, mas com um legado musical incrível.”
Rashid, rapper paulistano

Confira Bob Marley com Could you be loved:



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