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ESTADO DE GREVE

Professores do Recife decretam estado de greve por insatisfação com reajuste de 1,5% proposto pela Prefeitura

Estado de greve foi decretado após assembleia sobre reajuste salarial

Publicado em: 10/04/2025 21:40

Novas mesas de negociação estão previstas (Foto: FIlipe Gondim/ Asscom SIMPERE)
Novas mesas de negociação estão previstas (Foto: FIlipe Gondim/ Asscom SIMPERE)
Profissionais do Sindicato dos Professores da Rede Municipal (SIMPERE) que atuam no Recife decretaram estado de greve na tarde desta quinta-feira (10) após uma assembleia sobre a proposta de reajuste salarial. Na ocasião, a prefeitura ofereceu um aumento de  1,5% retroativo a janeiro e acréscimo de R$ 1 no tíquete-alimentação para todos os servidores municipais, o que foi visto como “frustrante” pela classe.

A assembleia ocorreu no mesmo momento em que representantes da categoria participavam de uma mesa de negociação com a gestão municipal. Para o SIMPERE, a proposta apresentada pela Prefeitura demonstrou “falta de compromisso da gestão com a valorização do magistério”.

Em entrevista ao Diario de Pernambuco, Jaqueline Dornelas, da coordenação do SIMPERE, explicou que “há uma expectativa nacional dos professores e professoras com esse piso em janeiro. A prefeitura, esse ano, demorou muito para estabelecer as mesas de negociação e inicialmente alegou a troca de secretários, a arrumação da gestão. Nós estamos em meados de abril sem uma posição do governo sobre a aplicação desse reajuste que é de uma lei nacional”.

A campanha salarial de 2025 foi iniciada ainda em dezembro do ano passado com o mote “Pelo Piso e pela Carreira”, reivindicando o cumprimento da Lei Federal que estabelece o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério. O índice determinado para este ano é de 6,27%, com repercussão em toda a carreira e pagamento retroativo a janeiro. No entanto, de acordo com Jaqueline Dornelas, os professores da rede municipal do Recife não acreditavam que a prefeitura iria cumprir o valor.

“Já tinha frustrado um pouco todo o conjunto dos servidores e servidoras com a proposição de aumento de R$ 1 no ticket de alimentação, ou seja, de R$ 22, a gente iria para R$ 23 quando a categoria está reivindicando um ticket de R$ 33. Pelo demorar, pela troca de secretário e mudança na pessoa que negociava, é como se o governo se acomodasse. Só que eles não podem esperar que nós fôssemos aceitar levar essa campanha, por exemplo, para terminar no segundo semestre”, afirma.

“Nós temos, também, uma outra reivindicação que é concernente a aplicação dos percentuais do piso em anos anteriores. Por exemplo, em 2022, era 33%, pelo cálculo do custo aluno-qualidade e só foram incorporados aos vencimentos da categoria em exercício, 23%”, complementa Jaqueline.

O Custo Aluno-Qualidade (CAQ) é um indicador que estima o quanto deve ser investido por aluno para garantir um padrão mínimo de qualidade na educação básica.

Com isso, a previsão de que os professores participem de uma paralisação nacional  marcada para o dia 23 de abril. Uma nova mesa setorial de negociação está agendada para o dia 24 de abril e uma mesa geral, com participação do SIMPERE, para o dia 28. Também há o intuito de uma assembleia no dia 6 de maio para decidir se haverá greve.

Além da pauta salarial, o SIMPERE denuncia as precárias condições de trabalho nas escolas da rede e cobra a presença de auxiliares em sala de aula para estudantes atípicos. 

“O estado de greve é uma resposta contundente da categoria à negligência da Prefeitura. Seguiremos mobilizadas e nas ruas até que a valorização da educação pública seja uma prioridade de fato”, declarou Anna Davi, também da coordenação do sindicato.
 
O Diario de Pernambuco tentou entrar em contato com a Secretaria de Educação do Recife, mas não obteve retorno. 

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