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Foto: Reprodução/Rede social |
Um dia depois da
morte de Luiz França Ferreira Neto, de 27 anos, a sua família ainda tenta processar a perda jovem. Ele era aspirante a bombeiro militar e se afogou enquanto realizava um treinamento de apneia, uma técnica de mergulho sem ar comprimido, na piscina do parque aquático do Náutico, no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife, no início da tarde deste domingo (6).
Nesta segunda (7), o Diario de Pernambuco conversou com o padrasto de Luiz, Jackson Nunes. De acordo com ele, houve negligência do clube, uma vez que a vítima teria ficado cerca de 15 minutos submerso, sem que os salva-vidas do parque aquático tivessem percebido. “Foi uma mistura de fatalidade com negligência do Clube Náutico Capibaribe”, comentou.
Jackson contou que Luiz foi para o parque aquático acompanhado de dois colegas. “Os dois ficaram em outra piscina, e ele nessa piscina mais profunda, entre 5 e 7 metros. Só que houve algum problema com ele lá embaixo, e não tinha ninguém na supervisão para verificar que ele estava demorando para voltar”, disse.
“Era para ter um salva-vida ali próximo, não tinha ninguém”, reclamou. “Quando eu cheguei lá, os socorristas me disseram que ele passou mais ou menos 15 minutos debaixo d'água, submerso, e ninguém notou isso. Quando colocaram ele na borda da piscina, tentaram reanimar de todas as maneiras, não conseguiram”, relatou Jackson.
Ainda sem o laudo oficial da causa da morte de Luiz, a família não acredita que ele tenha tido um mal súbito quando realizava o treinamento. “Foi um afogamento, é só essa questão mesmo, porque ele nunca teve problema nenhum de saúde. Ele era muito bem de saúde, muito bem”, comentou o padrasto.
“Luiz fez o concurso para bombeiro e foi um dos melhores. Ele fez o treinamento específico e ele passou em tudo com acima da média. Ele tinha uma questão física muito boa. Ele sempre destacava como um dos melhores”.
Assistência
Além de alegar uma negligência com a supervisão dos banhistas, a família de Luiz declara que ainda não foi procurada pelo clube para receber assistência da instituição. “Não teve nenhuma assistência, nenhuma ligação até o momento”, revelou o padrasto de Luiz.
O que diz o Náutico
Procurado pela equipe de reportagem do Diario, o Clube Náutico Capibaribe não esclareceu se havia ou não salva-vidas no parque aquático no momento em que Luiz França se afogou. A instituição também não confirmou se o trabalhador ligado ao clube que fez a remoção do corpo da piscina era responsável pela manutenção ou da equipe de socorristas.
No domingo, poucas horas após a confirmação da morte do jovem, o Náutico divulgou uma nota lamentando a morte de Luiz.
“O Clube Náutico Capibaribe vem a público se solidarizar com a família e amigos de Luiz França Ferreira Neto, de 27 anos, aluno do Curso de Formação e Habilitação de Praças (CFHP) do Corpo de Bombeiros Militar que veio a falecer, neste domingo (6), vítima de afogamento na piscina de saltos do parque aquático alvirrubro.
Apesar dos esforços realizados pela equipe de profissionais do clube e posteriormente pelo SAMU, infelizmente, o jovem não resistiu.
A vítima veio a óbito enquanto praticava apneia, técnica usada para suspender a respiração durante um período prolongado”, informou o clube.
Adeus
O corpo de Luiz será sepultado às 16h desta segunda-feira (7), no Cemitério Parque das Flores, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife.