![Presos fugiram por buraco na Barreto Campelo (Foto: Arquivo) Presos fugiram por buraco na Barreto Campelo (Foto: Arquivo)]() |
Presos fugiram por buraco na Barreto Campelo (Foto: Arquivo) |
Fugas em massa, rebeliões com mortos, explosão de muro e até abate de gatos para presos fazerem "churrasquinho".
Desativada nesta terça (1º), após 50 anos de história, a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife, acumulou episódios de extrema violência e muitos dramas.
Os arquivos de matérias de jornais mostram também que a unidade teve importante papel na história recente do estado. Lá, ficaram presos políticos da Ditadura Militar.
Nos anos seguintes, a Barreto fez parte de uma lista de unidades prisionais instaladas na ilha: o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), já desativado, e a Penitenciária Agroindustrial São João, a antiga PAI, ainda em atividade.
Fugas
Algumas fugas ficaram gravadas no histórico da Barreto Campelo.
Em 2016, um tiroteio anunciou uma fuga em massa na unidade.
Ao todo, 53 detentos explodiram um muro e fugiram por um buraco.
Nos dias seguintes, a polícia fez buscas e revistas nas celas.
A ponte que dá acesso a Itamaracá foi fechada pela polícia durante a noite. Todos os carros que passavam pelo local eram revistados.
Em 2015, presos fugiram da penitenciária. Também houve explosão do muro.
Meses antes, mais cinco presos fugiram por outro buraco na muralha da penitenciária.
Churrasquinho"
Em 2016, detentos foram flagrados comendo "churrasquinho" depois de abaterem gatos.
O "evento" aconteceu em um domingo, no mesmo fim de semana em que um detento foi morto na unidade.
Os corpos dos gatos foram pendurados numa área externa do pavilhão dos presos, com o auxílio de fios.
Fotos divulgadas na época mostraram peles dos animais retiradas e uma série de detentos acompanhando o abate dos felinos.
Mortes e rebeliões
Em 2001, seis presos foram queimados durante uma rebelião na unidade.
Na época, o governo informou que o motim poderia ter sido causado por ciúmes.
Um dos presos teria ficado nu na frente da mulher de outro detento, durante a visita íntima de domingo.
Ao todo, nove detentos morreram nessa rebelião.
Os rebelados atearam fogo em colchões e jogaram seis corpos nas chamas. Os outros três foram deixados no pátio.
Em 1999, dois presos morreram e outros quatro ficaram feridos em uma briga na unidade.
Na mesma semana, outros três presos foram assassinados.
Para a polícia, os crimes estavam ligados a processo de vingança e disputa por poder interno.