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Saneamento

Vídeo mostra 'água suja' invadindo Praia de Porto de Galinhas

Registro publicado nas redes sociais mostra água escura correndo pela areia da praia, em direção ao mar

Publicado em: 18/03/2025 16:59 | Atualizado em: 18/03/2025 17:38

 (Foto: Reprodução/Redes sociais )
Foto: Reprodução/Redes sociais

Um vídeo registrado por comerciantes, nesta terça-feira (18), mostra o momento em que uma correnteza de “água suja” corre pela areia em direção ao mar, na Praia de Porto de Galinhas, localizada em Ipojuca, Litoral Sul pernambucano. Segundo a Prefeitura do Ipojuca, vazamento ocorreu após abertura temporária da rede de drenagem pluvial para evitar alagamentos

No registro, os comerciantes que trabalham no local alegam que o despejo da água poluída está assustando os banhistas e atrapalhando o movimento no local. “Mais uma vez essa cena se repete aqui, bem no nosso local de trabalho. É um dia de trabalho perdido, os clientes foram embora”, disse um deles. Ainda no vídeo, outro comerciante afirma que toda vez que chove, essa situação volta a ocorrer na praia. 

Em nota, a Prefeitura do Ipojuca explica que a estrutura mencionada trata-se, originalmente, de uma rede de drenagem pluvial, “cuja função é escoar águas das chuvas, e não esgoto sanitário”.

Ainda segundo a Prefeitura, foi necessário realizar a abertura temporária da rede para evitar alagamentos, o que acabou ocasionando os transtornos registrados.

De acordo com a gestão municipal, após a identificação de diversas ligações clandestinas, realizadas por moradores e comerciantes da área, a prefeitura optou pelo fechamento da rede para evitar a contaminação da orla. Porém, em função das recentes e intensas chuvas, foi necessário realizar a abertura temporária da rede para evitar alagamentos, o que acabou ocasionando os transtornos registrados.

Ainda em nota, a Prefeitura do Ipojuca afirma que o Executivo municipal está atuando para evitar esse tipo de problema e intensificará ainda mais a fiscalização para a identificação de eventuais ligações irregulares, a responsabilização dos infratores e a adoção de medidas cabíveis para coibir novas infrações e garantir o funcionamento adequado dos sistemas de drenagem e saneamento.

“É importante destacar que, desde junho de 2024, a Compesa iniciou a construção da primeira etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Porto de Galinhas. O projeto, com investimento de R$ 65 milhões, prevê a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto, três estações elevatórias, o assentamento de 18 km de tubulações e a ligação de 2.500 imóveis ao novo sistema”, diz a Prefeitura em nota. 

Ainda de acordo com a gestão municipal, esta primeira etapa, com previsão de conclusão para junho de 2026, beneficiará 19 mil pessoas nos bairros do Merepe e da Vila de Porto de Galinhas. Já a segunda etapa será executada pela BRK, parceira da Compesa, dentro do programa Cidade Saneada, e expandirá a rede coletora para beneficiar a praia do Cupe.

O que diz a Compesa 

Em nota, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), informa que o lançamento de águas em direção ao mar, em Porto de Galinhas, não tem relação com a companhia. De acordo com a Compesa, o local é um ponto de drenagem, galeria de águas pluviais, com indicativo de lançamento de esgoto clandestino na rede de drenagem, “cuja fiscalização e retirada das irregularidades não é de competência da Compesa”.

Ainda segundo o comunicado, a Compesa não opera o sistema de esgotamento sanitário em Porto de Galinhas. Segundo a Companhia, a ausência de saneamento em Porto de Galinhas é um problema crônico, antigo, que está sendo enfrentado pelo Governo estadual para a sua solução. 

“Por meio da Compesa, o Governo de Pernambuco está investindo R$ 57 milhões na obra de implantação do sistema de esgotamento, que está em andamento. A previsão é que a obra, que conta com o apoio do poder municipal, seja finalizada em julho de 2026, quando o balneário contará com os serviços de coleta, tratamento e manutenção de rede coletora de esgoto, sob a responsabilidade da Companhia. Os equipamentos em construção são modernos e contarão com tecnologias para o eficiente tratamento de esgoto”, finaliza. 

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