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Pesquisadores encontram cavalos-marinhos com deformidades em Pernambuco; derramamento de óleo seria a causa

Os animais foram localizados nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca por especialistas do Instituto Hippocampus

Publicado em: 20/03/2025 20:53

Animais podem ter sido vítimas do derramamento de óleo (Foto: Divulgação/Instituto Hippocampus)
Animais podem ter sido vítimas do derramamento de óleo (Foto: Divulgação/Instituto Hippocampus)
Uma pesquisa desenvolvida por especialistas do Instituto Hippocampus identificou deformidades graves em cavalos-marinhos na região do Complexo Portuário de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco. De acordo com o estudo,  publicado na revista Environmental Toxicology and Chemistry, as anomalias teriam sido causadas pelo derramamento de óleo ocorrido no litoral brasileiro em 2019.

Os animais da espécie Hippocampus reidi foram monitorados por um ano no Rio Massangana e na Ilha de Cocaia, entre Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. Os pesquisadores capturaram machos grávidos para análise da fertilidade das populações. Foi observado que os filhotes nasceram com deformidades graves, como nanismo, problemas de crescimento e escoliose severa.

As manchas de óleo que apareceram em centenas de praias brasileiras entre agosto de 2019 e março de 2020 vieram de um petroleiro grego, segundo uma investigação da Polícia Federal. Foram retiradas mais de 4 mil toneladas de resíduos em praias nordestinas somente nos últimos meses de 2019.

Naquela época, os poderes públicos federal, estadual e municipal gastaram mais de R$ 188 milhões na limpeza das praias e do oceano. Mesmo com o tamanho do dano ambiental, ninguém foi responsabilizado pelo desastre. 

Outra pesquisa desenvolvida pelo Instituto Hippocampus, entre os anos de 2016 e 2018, aponta que  2 milhões de cavalos-marinhos foram capturados de forma irregular através de pesca de arrasto industrial no Sul e Sudeste no país. Este tipo de pesca consiste em arrastar redes enormes pelo fundo do mar, capturando tudo o que está no caminho.

Além disso, o instituto ressalta que pesquisas feitas entre 2001 e 2020 apontam que a poluição no mar e os passeios feitos de barco com turistas  afetam a vida destes animais.

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