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Agressão

Suspeitos de assalto no Ceasa, que foram soltos pela Justiça, alegaram violência policial em audiência

A informação consta na decisão obtida pelo Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/02/2025 14:50 | Atualizado em: 14/02/2025 14:54

 (Foto: Reprodução
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Foto: Reprodução
Três dos quatro suspeitos de ter envolvimento no roubo no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no Recife, na segunda-feira (10), alegaram terem sofrido violência policial. Eles tiveram a prisão relaxada, nesta quinta-feira (13), em audiência de custódia realizada no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). 

Em juízo, os autuados afirmaram que foram agredidos com chutes, tapas e murros por policiais civis. A informação consta na decisão obtida pelo Diario de Pernambuco.

Um dos autuados, identificado como Lucas Bento Barros, de 29 anos, afirmou ter sofrido “chutes no lado da barriga, nas costas, tapas e murros na ‘cara’ e socos, por 3 policiais civis”. Segundo seu depoimento, “um fortão com camisa de time e mais dois, um pouco mais baixos e fortezinhos”.

A investigação policial aponta que Lucas seria o responsável por cuidar dos carros e da casa, no bairro da Estância, na Zona Oeste do Recife, usada para planejar o roubo no Ceasa. 
 

Já Pedro Henrique Alves Santana, 27, suspeito de ter atuado como o motorista no assalto, relatou ter levado murros na cabeça, nas costelas e na barriga. “Rodos para derrubar, tapas no peito, nas costas, no rosto, principalmente, por quatro policiais”, descreve. Os agentes envolvidos seriam “um galego, um moreno meio gordinho, outro moreno e um de barba”. 

Possível líder do grupo, José Eder de Lima Alves, 42, também relatou que foi vítima de violência.  Em seu depoimento, disse que foi alvo de “muitos murros na costela, nas mãos, na cabeça e palmatória nas mãos, tapas na cara, chutes nas pernas e na bunda por quatro policiais”. Ele afirmou que os quatro eram “morenos e fortes” — um deles, barbudo. 

O único autuado que disse não ter sofrido violência policial foi Luiz Carlos Leão da Silva, de 69 anos. De acordo com a investigação, ele é o proprietário do imóvel usado pelo grupo. 

O Ministério Público de Pernambuco foi favorável ao relaxamento dos flagrantes. A promotoria teve ciência da denúncia de violência policial e aguardará os resultados dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) para tomar “as providências que entenda cabíveis atinentes ao controle externo da atividade policial", segundo consta na decisão.

Para a juíza Blanche Maymone Pontes Matos, do TJPE, não foram demonstrados elementos suficientes que relacionassem os suspeitos aos crimes de segunda-feira. Segundo a decisão, as armas foram apreendidas em outro local. “No tocante ao delito de associação criminosa, também não há como configurar flagrante delito”, registrou.

O Diario teve acesso, também, ao resultado da perícia traumatológica de Luiz Carlos, Eder e Lucas Bento. No exame físico do primeiro, não foram encontradas evidências de lesões corporais de interesse médico-legal. 

Já no de Eder constatou-se a presença de pequeno hematoma na região do ouvido, produzido por instrumento contundente. No de Lucas, os legistas encontraram pequena escoriação no cotovelo (que ele não soube informar como ocorreu). “A lesão encontrada é recente e foi produzida por instrumento contundente”, afirmaram. 

Tags: ceasa | assalto | policial | justiça |

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