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Se o grau de crueldade de um homem capaz de disparar três tiros no peito da mãe dos seus filhos parece atingir o seu nível mais elevado, Sival Camilo foi além. Pouco antes do assassinato da sua ex-companheira, Quitéria Cândido Bezerra, ele se dirigiu até a casa da ex-sogra e anunciou: “Vou matar a sua filha”. A mãe de Quitéria desabou no chão.
Mas o crime não foi apenas anunciado pelo autor à ex-sogra. Foi denunciado ao sistema de Justiça e Segurança Pública do estado de Pernambuco. De acordo com o irmão de Quitéria, Janaílson Bezerra, a vítima havia denunciado as ameaças do ex-marido e conseguido uma medida protetiva, que por definição deveria lhe garantir a segurança e o direito de viver.
Não foi o que aconteceu. Ela saiu pela manhã para deixar os filhos de cinco e sete anos na escola da Fundação Terra, no bairro da Malhada, na Zona Rural de Arcoverde, no Sertão pernambucano. Na volta para casa, foi vítima da tocaia do ex-marido e das balas da sua arma.
Roteiro
Janaílson, em entrevista ao repórter Adielson Galvão, revelou que a agressividade de Sival havia sido o motivo pelo qual Quitéria decidira romper a relação, há aproximadamente um ano. “Ele amassava muito minha irmã”, comentou o irmão, lembrando que a violência, em forma de ameaças verbais, perdurou durante o período em que o casal estava separado.
“Até o filho mais velho, de 15 anos, que havia ido morar com ele, não aguentou. E foi para a casa da avó”, disse. Enquanto esperava pela liberação do corpo da irmã, no Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, Janaílson deu uma dica de onde Sival poderia estar foragido: “Ele deve tá em Carneiros”, referindo-se à Buíque, no limite com Arcoverde.
Quitéria foi a quarta vítima de feminicídio em Pernambuco, em quatro dias.
No caso, dela, além de prender o suspeito, fica aberta uma lacuna sobre a segurança de mulheres ameaçadas que pedem proteção ao Estado.