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Guerra de torcidas: secretário revela envolvimento de preso em ataque a bomba contra o Fortaleza e pede mudança em leis
A informação foi repassada apelo secretário em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3)
Publicado: 03/02/2025 às 16:39

/Foto: Reprodução
O secretário Estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (3), que um dos presos após a "guerra" entre torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport estava envolvido no ataque a bomba ao ônibus da Fortaleza em 23 de fevereiro de 2024. Na ocasião, jogadores do clube cearense ficaram feridos.
A "guerra" entre a Jovem e a Inferno deixou um rastro de medo no Grande Recife. Ao menos 12 pessoas ficaram feridas e 20 acabaram sendo detidas.
"Um dos presos participou do ataque ao ônibus do Fortaleza foi preso e se encontrava sob custódia. Ele responde por três homicídios. Ou seja, a polícia trabalha", declarou.
Diante disso, Carvalho defendeu a mudança da legislação penal no país.
"Agora, eu já disse isso várias vezes, precisa mudar a legislação penal do país. Porque é com essa legislação que todos trabalham, todos os operadores do direito. Para não dizerem que eu disse que a polícia prende e a justiça solta, não é isso que eu estou dizendo. A polícia trabalha com a lei, o Ministério Público com a lei e a justiça com a lei. A lei precisa mudar. A gente não tem que esperar acontecer algo que a gente sabe que pode acontecer", afirmou Alessandro.
Chance de retaliação de '110%'
Ainda de acordo com o secretário, a decisão de não ter público nos próximos jogos de Santa Cruz e Sport será mantida para garantir segurança da população. Segundo ele, a probabilidade de retaliação é de "110%".
A Delegada-Geral Adjunta da Polícia Civil de Pernambuco, Beatriz Leite, afirmou que um dos presos pelos ataques de sábado respondia em liberdade sobre o ataque ao ônibus do Fortaleza no ano passado.
"Foram 10 que já foram encaminhados no domingo ao presídio. Depois de passarem pela audiência de custódia. E outros três que estavam hospitalizados e que, ao receberem alta médica, também serão encaminhados ao presídio", afirmou Beatriz.
A secretária executiva de Defesa Social, Dominique de Castro Oliveira, revelou que um dos presos responde a 15 processos criminais.
"Esses processos vão desde dano qualificado, violência doméstica, mas também tráfico de drogas", afirmou.
Segundo Dominique, o presidente da Torcida Jovem, um dos levados ao Hospital da Restauração após o confronto, participou de um confronto em Caruaru, no Agreste do estado.
"O próprio presidente da Torcida Jovem, que existem já vozes dizendo que não faz nada... Ele foi fotografado participando do confronto em Caguará há 1 semana, E dois anos antes, antes de ser presidente, ele foi filmado participando de uma situação em que houve agressão a uma bombeira civil", afirmou Dominique.
'Ação da PM evitou grande tragédia', diz o comandante-geral, após 'guerra' entre torcidas
Após a "guerra" entre integrantes da Torcida Jovem do Sport e da Inferno, do Santa Cruz, antes do clássico de sábado (1º), a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda.
Na ocasião, o comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Ivanildo Torres, afirmou que ação da PM evitou uma "grande tragédia".
"E aí eu queria fazer um recorte muito sincero. Graças aos nossos policiais que atuaram naquele momento, nós não tivemos uma tragédia. Nós poderíamos ter um incidente muito maior, com muito mais vítimas, com ferimentos, inclusive imortais", afirmou Ivanildo.
Para Torres, a culpa do acontecido não é da PM.
"Culpar a Polícia Militar por um problema que não é dela, eu entendo que não é adequado."
DINÂMICA DOS CONFRONTOS
Torres detalhou como aconteceu a 'emboscada' que teria sido feita pela torcida do Sport. Segundo ele explica, a torcida do Santa Cruz era escoltada pela Caxangá, na Zona Oeste do Recife, quando a Polícia Militar decide fazer um desvio pela Rua Gregório Júnior porque havia informações de torcedores do Sport na sede do clube, na Ilha do Retiro. A escolta continuou sendo feita pela Rua Real da Torre, que é quando acontece o confronto.
"Na contramão da Real da Torre, uma parte da torcida do Sport, de forma premeditada e que não foi detectado por nós, veio ao encontro da torcida de Santa Cruz", disse Torres.
"Foi um momento ali de extrema tensão, inclusive, talvez nenhum dos senhores e senhoras ficassem lá. Os nossos policiais ficaram e, rapidamente, ativamos o plano de chamada de alguns GATIS e conseguimos, rápidos, em preciosos momentos parar com aquele conflito", declarou.