Carnaval 2025: foliões comentam sobre acessibilidade, segurança e organização da abertura da festa no Recife

O primeiro dia do carnaval do Recife começou com muita festa, cores e tradição, reunindo foliões de todos os cantos para celebrar a diversidade cultural da cidade. Com palcos espalhados pelo centro e blocos arrastando multidões, o clima foi de animação, mas também de expectativa em relação à organização, segurança e acessibilidade da festa. Entre frevos, maracatus, caboclinho e ritmos variados, o público viveu intensamente a abertura da folia, que promete dias de muita energia e celebração.

No principal palco de shows das festividades, o encontro de Nações de Maracatu abriu oficialmente o maior carnaval de Pernambuco. A representatividade das culturas de matrizes africanas foi bem vista por foliões que chegaram desde cedo, por volta das 16h, para assistir ao 22º espetáculo Tumaraca, como foi o caso do ator e bailarino Pablo Sant’Ana, de 37 anos, que é pernambucano, mas mora no Rio de Janeiro há 17 anos. Segundo ele, o carnaval do Recife não se compara com o do Rio.

“O nosso carnaval é multicultural, descentralizado, valoriza as minorias, as periferias e todo o trabalho de base que a arte proporciona e que a cidadania oferece. Eu estou achando maravilhoso porque esse começo com os maracatus é para resgatar toda a ancestralidade que a gente tem, para colocar para fora e expandir para as outras vertentes culturais que a gente tem, das quais somos tão ricos”, afirmou o folião, que estava acompanhado da amiga Fátima Bento.

Durante o carnaval, um dos pontos mais citados pelos foliões é a segurança. Neste ano, a festa no Recife conta com 498 câmeras de videomonitoramento que são utilizadas pela Secretaria de Ordem Pública e Segurança (Seops). Segundo a prefeitura, os equipamentos serão empregados para verificar, em tempo real, a efetividade dos serviços prestados, bem como eventuais necessidades identificadas durante os festejos.

A cearense Amanda Braga, de 31 anos, está vivenciando o carnaval do Recife pela primeira vez e visitando a cidade do frevo com parentes. Na Praça do Arsenal, ela brincou ao lado de centenas de foliões e comentou que ficou satisfeita com a organização do local.

“O carnaval do Recife é muito tradicional, era o carnaval que eu buscava, porque lá no Ceará é diferente. Eu estou gostando muito daqui e fiquei impressionada com a limpeza. Todo mundo está contribuindo para isso, e há muitas lixeiras espalhadas, o que é muito importante para receber os turistas. Também estou me sentindo segura, e há um stand da Secretaria da Mulher de Apoio”, ressaltou.

Na capital pernambucana, o carnaval une não apenas culturas, nacionalidades e cores, mas também foliões com características e necessidades específicas, como aqueles que possuem alguma deficiência. A dona de casa Adriana Guedes, de 43 anos, levou seu filho de 13 anos, que tem limitações de mobilidade, para assistir às apresentações de maracatu no Marco Zero.

“Normalmente, meu filho anda, mas ele está com uma dificuldade, e estamos locomovendo-o com a cadeira de rodas para que ele fique melhor e confortável. Ele ama ver o Galo Gigante e as apresentações de maracatu. Está um pouco fácil de transitar e a única dificuldade que enfrentamos foi achar um banheiro acessível para ele. Mas, para ele, a festa está uma maravilha”, afirmou Adriana.

Neste ano, duas grandes festas de carnaval da cidade contam com camarotes exclusivos para pessoas com deficiência: o tradicional Galo da Madrugada e o Polo do Marco Zero, ambos com uma infraestrutura adaptada para atender às necessidades do público PCD.

Além dos camarotes, a prefeitura oferece transporte gratuito e adaptado para os usuários de cadeiras de rodas ou pessoas com mobilidade reduzida.