![Suspeito foi linchado por dezenas de moradores de Tabira (Foto: Reprodução/Telegram) Suspeito foi linchado por dezenas de moradores de Tabira (Foto: Reprodução/Telegram)]() |
Suspeito foi linchado por dezenas de moradores de Tabira (Foto: Reprodução/Telegram) |
A Associação dos Militares do Estado de Pernambuco (AME) emitiu um comunicado nesta sexta-feira (21) para tratar do linchamento ocorrido em Tabira, no Sertão, contra o suspeito de abusar e matar uma criança de 2 anos. De acordo com a associação, não é possível atribuir a responsabilidade do ocorrido aos policiais militares que estavam presentes no momento do ocorrido.
Antonio Lopes Sever, preso por ser suspeito de assassinar o menino Arthur Ramos Nascimento, morreu após ser espancado pela população de Tabira em frente à delegacia da cidade na noite de terça-feira (18). Uma multidão aguardava ele e sua companheira, Giselda da Silva Andrade, também envolvida no caso. Giselda escapou do linchamento e está presa.
No comunicado, a Associação dos Militares afirma que “os Policiais Militares, no exercício regular de seu dever, sempre buscam garantir a integridade física e moral de todos os envolvidos, inclusive de suspeitos que se encontram sob custódia, não sendo possível atribuir-lhes responsabilidade pelo resultado trágico de uma ação coletiva, imprevisível e violenta, realizada por populares”.
A AME defende que o suspeito foi extraído com “força do interior da viatura por um contingente considerável de pessoas, sem que os policiais pudessem conter, de forma eficaz e imediata, a ação violenta daquela multidão”.
A associação destaca que os policiais foram surpreendidos pela grande quantidade de pessoas que aguardavam os suspeitos na porta da delegacia e que a população agiu com “extrema hostilidade”, que resultou na morte imediata de Antonio.
“Diante da intensidade e da surpresa da investida, os agentes, em número reduzido, não lograram êxito em impedir a retirada forçada de um dos detidos, o que demonstra a ausência de culpa ou omissão deliberada por parte dos policiais”, afirma a AME.
Após o linchamento, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social instaurou procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos e a Associação dos Militares diz que acompanha o processo “com transparência e confiança”. A Polícia Civil também apura o caso.
Sinpol sai em defesa dos policiais civis
Assim como a Associação dos Militares, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) saiu em defesa dos seus agentes, que também têm a conduta investigada pela SDS. Em nota publicada no site, o sindicato classifica como “corajosa” a forma que os policiais atuaram no caso de Tabira.
“Graças à atuação rápida e técnica dos Policiais Civis, sem uso de força na contenção do grave distúrbio, um dos suspeitos foi conduzido até a delegacia e salvo de um trágico desfecho. No entanto, o outro suspeito, apesar dos esforços heróicos acabou atacado pela multidão e morrendo numa unidade de saúde”, afirma o Sinpol.
Para o sindicato, os agentes enfrentaram um “cenário de alto risco” e a situação em que eles e os suspeitos estavam era de “perigo iminente”.