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CASO TABIRA

Associação dos Militares e Sindicato dos Policiais Civis saem em defesa de agentes no caso de linchamento em Tabira

As entidades emitiram comunicados para expressar apoio aos policiais que agiram na prisão dos suspeitos de matar uma criança no Sertão

Publicado em: 21/02/2025 18:50

Suspeito foi linchado por dezenas de moradores de Tabira (Foto: Reprodução/Telegram)
Suspeito foi linchado por dezenas de moradores de Tabira (Foto: Reprodução/Telegram)
A Associação dos Militares do Estado de Pernambuco (AME) emitiu um comunicado nesta sexta-feira (21) para tratar do linchamento ocorrido em Tabira, no Sertão, contra o suspeito de abusar e matar uma criança de 2 anos. De acordo com a associação, não é possível atribuir a responsabilidade do ocorrido aos policiais militares que estavam presentes no momento do ocorrido.

Antonio Lopes Sever, preso por ser suspeito de assassinar o menino Arthur Ramos Nascimento, morreu após ser espancado pela população de Tabira em frente à delegacia da cidade na noite de terça-feira (18). Uma multidão aguardava ele e sua companheira, Giselda da Silva Andrade, também envolvida no caso. Giselda escapou do linchamento e está presa.

No comunicado, a Associação dos Militares afirma que “os Policiais Militares, no exercício regular de seu dever, sempre buscam garantir a integridade física e moral de todos os envolvidos, inclusive de suspeitos que se encontram sob custódia, não sendo possível atribuir-lhes responsabilidade pelo resultado trágico de uma ação coletiva, imprevisível e violenta, realizada por populares”.

A AME defende que o suspeito foi extraído com “força do interior da viatura por um contingente considerável de pessoas, sem que os policiais pudessem conter, de forma eficaz e imediata, a ação violenta daquela multidão”.

A associação destaca que os policiais foram surpreendidos pela grande quantidade de pessoas que aguardavam os suspeitos na porta da delegacia e que a população agiu com “extrema hostilidade”, que resultou na morte imediata de Antonio.

“Diante da intensidade e da surpresa da investida, os agentes, em número reduzido, não lograram êxito em impedir a retirada forçada de um dos detidos, o que demonstra a ausência de culpa ou omissão deliberada por parte dos policiais”, afirma a AME.

Após o linchamento, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social instaurou procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos e a Associação dos Militares diz que acompanha o processo “com transparência e confiança”. A Polícia Civil também apura o caso.

Sinpol sai em defesa dos policiais civis

Assim como a Associação dos Militares, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) saiu em defesa dos seus agentes, que também têm a conduta investigada pela SDS. Em nota publicada no site, o sindicato classifica como “corajosa” a forma que os policiais atuaram no caso de Tabira.

“Graças à atuação rápida e técnica dos Policiais Civis, sem uso de força na contenção do grave distúrbio, um dos suspeitos foi conduzido até a delegacia e salvo de um trágico desfecho. No entanto, o outro suspeito, apesar dos esforços heróicos acabou atacado pela multidão e morrendo numa unidade de saúde”, afirma o Sinpol.

Para o sindicato, os agentes enfrentaram um “cenário de alto risco” e a situação em que eles e os suspeitos estavam era de “perigo iminente”.
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