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Mais de 80% das vítimas de acidentes de trânsito atendidas no HRA são motoqueiros

Os dados de 2024 são do Hospital Regional do Agreste, referência em cirurgias de trauma bucomaxilofacial, que atende Caruaru e região

Publicado em: 11/02/2025 11:25

 (Divulgação/PRF)
Divulgação/PRF
O Hospital Regional do Agreste (HRA), localizado em Caruaru, tem se destacado em Pernambuco como referência em cirurgias de trauma bucomaxilofacial. Em 2024, a unidade realizou 4542 atendimentos provenientes de acidentes de trânsito. Desses atendimentos, mais de 80% vem de motociclista, sendo 22% sem capacete e mais de 50% sem habilitação.

O serviço de cirurgia bucomaxilofacial do HRA, que se especializa em fraturas faciais, como do nariz, mandíbula e complexos zigomáticos, é fundamental para o atendimento a vítimas de traumas graves. Entre 2023 e 2024, a unidade registrou um total de 395 intervenções, com 90% dos pacientes sofrendo fraturas, e 13% dessas vítimas provenientes de acidentes de trânsito. 

Os números são alarmantes, especialmente considerando que 80,49% dos atendidos são motociclistas. Em 2024, foram registrados 3.656 acidentes envolvendo motos, contra 348 com automóveis, 184 a pé e 164 com bicicletas. Esses dados evidenciam a gravidade dos acidentes de moto, que exigem procedimentos complexos, muitos dos quais realizados por profissionais altamente especializados na área de bucomaxilofacial.

De acordo com o coordenador do serviço de cirurgia bucomaxilofacial do HRA de Caruaru, Paulo Cerqueira, a unidade tem se consolidado como líder em atendimentos a vítimas de trauma facial no estado, e a residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial é um dos pilares desse sucesso, conseguindo atender Caruaru e grande parte das cidades do agreste. "Essa liderança no número de cirurgias é fruto de um trabalho contínuo e de excelência. Estamos preparados para atender essas vítimas com o melhor atendimento possível", comenta Cerqueira.

O HRA revela uma prevalência preocupante entre os homens (82%) e pessoas com idades entre 20 e 39 anos (53%). O pico de acidentes ocorre principalmente aos domingos (20%) e sábados (18%), refletindo o aumento do tráfego e a maior circulação de motocicletas nesses dias. 

A natureza dos acidentes também indica que a colisão (37,8%) e a queda (33,9%) são os principais eventos que resultam em lesões graves. Isso está diretamente relacionado ao comportamento de risco, como a falta de habilitação (50,7%) e a ausência de equipamentos de segurança, como capacete (22,3%) e cinto de segurança (62,9%).

O impacto dos acidentes de moto é visível nos dados da unidade: a maioria das lesões envolve fraturas (74%), com uma significativa incidência de ferimentos nos membros superiores (40,6%) e inferiores (37,6%). Muitas dessas fraturas resultam em complicações que exigem cirurgia urgente, e o HRA é a principal unidade de referência para esses casos.

Esses dados foram cedidos pelo HRA e ressaltam a gravidade do problema, que tem se intensificado nos últimos anos devido ao aumento do uso de motocicletas como principal meio de transporte.

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