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SAÚDE
Com 1.669 casos de esquistossomose em 2024, Secretaria de Saúde investe no combate a doenças ''negligenciadas''
A pasta destaca ações para enfrentar doenças como hagas, esquistossomose, leishmaniose, chikungunya, raiva, filariose linfática, tracoma e hepatites
Publicado: 30/01/2025 às 21:34

/Foto: Gutemberg Brito/Fiocruz
Nesta quinta-feira (30), é o Dia Mundial de Conscientização sobre Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) e entre elas está a esquistossomose. Em 2024, foram registrados 1.669 casos confirmados desta doença em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE).
No Brasil, mais de 20 doenças são classificadas como negligenciadas, entre elas a hanseníase, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose, chikungunya, raiva, filariose linfática, tracoma e hepatites.
Algumas possuem alto número de notificações, enquanto outras, como a raiva humana, apresentam raros registros, mas de grande relevância.
Caracterizadas por atingirem populações em situação de vulnerabilidade social, essas doenças persistem devido a fatores como saneamento básico precário, condições de habitação inadequadas e acesso limitado a serviços de saúde.
O diretor geral de Vigilância Ambiental, Eduardo Bezerra, destaca que a sensibilização da população é fundamental para o sucesso das estratégias de enfrentamento.
“Como essas doenças têm determinantes sociais muito fortes, uma população sensível e conhecedora de suas condições é um passo vital para intervir nessas situações. Quando a população sabe o que causa o adoecimento, ela se torna mais apta a buscar soluções para essas vulnerabilidades. Isso não elimina ou diminui a responsabilidade das gestões, mas ajuda a que a população seja mais parceira”, afirma.
Pernambuco alcançou a interrupção da transmissão da filariose linfática, que teve seu último caso brasileiro registrado no estado em 2017. Com isso o estado alcançou o Certificado de Quebra da Transmissão em 2024.
Além disso, Pernambuco conta com a Casa de Chagas, vinculada ao Procape/UPE, um centro de acolhimento e acompanhamento para pessoas afetadas pela Doença de Chagas.
O Instituto Aggeu Magalhães, da Fiocruz Pernambuco, mantém um ambulatório para pacientes com sequelas da filariose linfática. Também há ações voltadas para combater a hanseníase;
O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), vinculado à Universidade de Pernambuco, e o Hospital Correia Picanço, sob gestão da SES-PE, ambos especializados em atender doenças infecto-parasitárias.
A SES também destaca que investe no combate ao tracoma, doença ocular provocada por uma bactéria que afeta particularmente crianças em idade escolar. Por isso, a Vigilância Ambiental do estado promove mutirões de diagnóstico em escolas nos diversos municípios do estado.
Para quem apresenta sintomas ou suspeita de alguma dessas doenças, a orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima. O combate às doenças tropicais negligenciadas vai além da assistência médica, envolvendo melhorias nas condições sociais e ambientais.