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Feminicídio

Homem que matou ex-namorada em ONG confessa crime: "Perdi a cabeça"

Ewanderson João da Silva, de 37 anos, está preso preventivamente pelo assassinato de Simone Cosme Menezes, de 41, em Jaboatão

Publicado em: 31/01/2025 08:58 | Atualizado em: 31/01/2025 09:10

 (Reprodução/TV Guararapes)
Reprodução/TV Guararapes
O comerciante Ewanderson João da Silva, de 37 anos, confessou na delegacia ter assassinado a ex-namorada Simone Cosme Menezes, de 41, dentro de uma ONG em que ela trabalhava, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O feminicídio aconteceu na tarde de quarta-feira (29).

No interrogatório, obtido pelo Diario de Pernambuco, Ewanderson relata que foi conversar com a vítima, por volta das 13h, e “sem que houvesse uma discussão”, pegou uma faca e a atacou. Atingida no tórax e no abdômen, Simone morreu no local.

Questionado pelos policiais, o acusado alegou que “infelizmente perdeu a cabeça” e “acabou esfaqueando sua companheira”. Segundo relata, ele jogou fora a faca usada no assassinato.

Os dois tiveram uma relação de cerca de quatro meses, de acordo com o depoimento. A vítima, no entanto, havia decidido acabar o namoro há duas semanas.

Depois de cometer o feminicídio, Ewanderson ficou escondido na casa de um parente em Moreno, no Grande Recife, até ser capturado na madrugada de quinta-feira (30). Os policiais conseguiram localizá-lo após moradores da região denunciarem o paradeiro do suspeito.

Com ele, os investigadores encontraram R$ 340,00 e um celular, que deve passar por perícia. O acusado teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia, realizada no mesmo dia da captura, no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Simone trabalhava na administração do Projeto Saúde Ativa Social e estava em uma unidade prestes a ser inaugurada. Nas redes sociais, a instituição homenageou a colaboradora: “Deixaste em nossos corações lembranças lindas que jamais iremos esquecer”.

Prisão preventiva

Na audiência de custódia, o juiz Adelson Freitas de Andrade Júnior, do TJPE, afirmou que a prisão seria por causa da gravidade do crime e para prevenir que Ewanderson ameaçasse testemunhas durante o inquérito.

“Note-se que, conforme interrogatório do autuado em sede policial, o crime foi praticado no local de trabalho da vítima e, no curso de uma conversa, sem que houvesse qualquer discussão prévia, o mesmo pegou a faca e a matou”, registrou o magistrado. “O mote do crime, conforme o caderno investigativo, relaciona-se ao fato de a vítima não querer reatar um relacionamento amoroso de quatro meses”.

Para o juiz, o caso é “gravíssimo” e “reclama uma reprimenda estatal mais austera, pois o modus operandi do autuado deixa evidente o profundo desprezo que nutre pela vida humana e desrespeito às instituições públicas”.

“Neste caso, o autuado pode ameaçar testemunhas vindo, assim, a restar comprometida a busca da verdade dos eventos delitivos”, avaliou.

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