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BARBARIDADE

''Ele deu dois chutes no padrasto para defender a mãe'', diz avô de Zezinho

De acordo com José Pereira, de 64 anos, o seu neto de sete anos, encontrado morto próximo ao açude em Frei Miguelinho, no Agreste pernambucano, no domingo (19) foi jurado pelo padrasto

Publicado em: 20/01/2025 11:28 | Atualizado em: 20/01/2025 13:10

Avô de Zezinho esteve no IML na manhã desta segunda-feira (20) (Foto: Malu Mendes)
Avô de Zezinho esteve no IML na manhã desta segunda-feira (20) (Foto: Malu Mendes)
Na manhã desta segunda-feira (20), o avô de José Felipe da Silva, conhecido como Zezinho, de apenas sete anos, que foi encontrado morto em Frei Miguelinho, no Agreste pernambucano, esteve no IML do Recife e falou sobre a possível motivação do crime.  

Em entrevista para o Diario de Pernambuco, José Pereira, de 64 anos, disse que a filha havia brigado com o atual companheiro, padrasto da vítima, dias antes.  

“Meu neto deu dois chutes no pé do padrasto para defender a mãe. Na hora, ele (padrasto) ficou com raiva e disse para a minha filha que não ia ficar assim e que iria se vingar. Não sei se ele estava discutindo ou tentando agredir ela”, desabafou o avô.
  
José Pereira contou que Zezinho morava com ele desde novinho e que tinha uma rotina tranquila com a família. “Apesar de morar comigo, ele convivia com a mãe porque moramos perto. Na quinta-feira (16), eu saí para trabalhar de manhã, como servidor público, e deixei ele dormindo. Quando eu voltei, Zezinho não estava mais. Eu sai perguntando aos vizinhos, fui na casa das crianças, de todo mundo e nada. Comecei a procurar pelos matos e só achamos no sábado, perto do açude, um pouco distante da minha casa.”  

Questionado sobre a relação do padrasto com o menino, José informou que os dois costumavam sair pela manhã para tirar ração para os animais. “Acredito que foi desse jeito que ele pegou meu menino e levou. Sem eu ver e sem minha filha ver.” 

Segundo o avô da vítima, a filha e o atual companheira estavam juntos há pouco mais de dois anos e não discutiam com frequência. “Nunca me meti nos relacionamentos dela. Mesmo ele sendo de menor, eu aceitei. Além dele, minha filha teve outros dois maridos, o pai de Zezinho, que ajudou bastante na procura, e o pai do filho mais novo de 3 anos.” 

Devido aos apontamentos dos moradores da área sobre o suposto envolvimento da mãe na morte do menino, José Pereira resolveu se pronunciar e defender a filha: 

“Ela não tem culpa e jamais concordaria com essa crueldade. Nesse dia (16), ela tinha saído para matricular o outro filho na escola e demorou bastante. Quando voltou para casa, também não viu o menino, mas achou que estava comigo. Ela está arrasada.” 

Zezinho será batizado e enterrado na tarde desta segunda-feira (20), no Cemitério Parque da Saudade, em Frei Miguelinho, no Agreste de Pernambuco.

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