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Cerca de 2,3 mil tartarugas marinhas devem nascer na Praia do Paiva
A praia possui atualmente 23 ninhos de tartarugas de diversas espécies
Publicado: 24/01/2025 às 20:48

A associação que gere o bairro de mesmo nome e, desde 2021, faz o acompanhamento do da desova até a eclosão/Foto: Divulgação
A Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, possui atualmente 23 ninhos com cerca de 2,3 mil tartarugas marinhas que irão eclodir e ir para o mar nos próximos dias. Os animais fazem parte da temporada de devassa de 2024/2025 e são acompanhados pela Associação Geral do Paiva,
A associação que gere o bairro de mesmo nome e, desde 2021, faz o acompanhamento do da desova até a eclosão, quando os filhotes dão os primeiros passos em direção ao mar.
“Diariamente, nós percorremos toda essa extensão da praia para identificar possíveis rastros das tartarugas. Quando encontramos, fazemos um trabalho cuidadoso de tateamento e busca pelo ninho, sempre com muita delicadeza”, comenta Renan Pimentel, analista Ambiental da Associação.
O trabalho tem parceria da Método Ambiental, alinhamento com a Secretaria de Meio Ambiente do município e conta com o trabalho voluntário de uma ex-moradora do bairro.
A expectativa é que o número de tartarugas bebês cresça 20% em relação à temporada 2022/2023, quando a praia recebeu 95 ninhos de novembro e a abril, a depender da taxa de êxito da maturação.
Entre as principais espécies que mais buscam o calor das areias da Praia do Paiva, em especial os trechos da Ilha do Amor e Enseadas, para deixar seus ovos, estão Pente, Oliva, Verde e Cabeçuda. Além da temperatura, a baixa iluminação na praia possibilita maior segurança para as fêmeas escolherem o local.
“As tartarugas vêm de grande migração, a exemplo da Costa da África, fazem a desova, ficam pelo mar daqui e fazem até novas cinco desovas”, acrescenta Renan. Cada ninho encontrado recebe um isolamento da área com uma cerca de proteção. Isso evita que pessoas passem por lá ou que animais predadores naturais encontrem os ovos.
Em seguida, o espaço recebe uma placa de identificação com informações que possibilitam o acompanhamento pela equipe. Registros fotográficos e dados de georreferenciamento são coletados e armazenados no sistema.
Após essa etapa documental, o ninho permanece em acompanhamento durante 45 a 60 dias, tempo esperado entre a postura, incubação, maturação, facilitação social e nascimento, etapas do desenvolvimento dos filhotes.
“Falando especificamente das tartarugas marinhas, uma de suas principais contribuições ambientais é o transporte em seus cascos de milhares de micro-organismos fundamentais para a vida marinha”, anota Renan.
Por isso, sempre que possível, a Associação convida moradores e visitantes da Praia do Paiva para acompanhar esse nascimento. “É uma oportunidade para sensibilizar crianças e adultos”, conta.