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Centro das Mulheres do Cabo: 40 anos de Luta Feminista e Conquistas Sociais

O CMC realiza diversas ações em 16 comunidades do Cabo de Santo Agostinho, impactando cerca de 1.200 famílias por ano

Publicado: 01/01/2025 às 06:05

Entre as atividades oferecidas estão cursos, oficinas, rodas de conversa, terapias comunitárias e ações de mobilização política/Foto: Reprodução/Internet

Entre as atividades oferecidas estão cursos, oficinas, rodas de conversa, terapias comunitárias e ações de mobilização política/Foto: Reprodução/Internet

O Centro das Mulheres do Cabo (CMC), é uma organização feminista pioneira no município do Cabo de Santo Agostinho, que celebrou 40 anos de atuação em prol da igualdade de gênero e raça. 

Fundado por Efigênia Oliveira, o CMC nasceu do desejo de mulheres locais por políticas públicas que garantissem melhores condições de vida para a população feminina.  

Desde sua criação, a organização tem sido um símbolo de transformação social. 

A primeira vitória foi o acesso à água nas torneiras, um marco que abriu caminho para outras conquistas importantes, como a construção das primeiras creches no município, a oferta de cursos de jovens e adultos para mulheres rurais em Jussaral e a implementação de exames preventivos de saúde feminina.  

Um dos feitos mais notáveis do CMC foi a criação do primeiro Centro de Referência de Atendimento às Mulheres e Meninas em Situação de Violência Doméstica. 

Este pioneirismo consolidou políticas públicas essenciais, que hoje integram a rede de atendimento do município, e continuam sendo monitoradas pela organização para assegurar que os direitos conquistados não sejam perdidos.  

Atualmente, o CMC realiza diversas ações em 16 comunidades do Cabo de Santo Agostinho, impactando cerca de 1.200 famílias por ano. 

Entre as atividades oferecidas estão cursos, oficinas, rodas de conversa, terapias comunitárias e ações de mobilização política. 

Além disso, o programa de rádio “Rádio Mulher” que oferece um programa diário para abordar temas da agenda feminista e amplificar as vozes femininas.  

A organização também expande seu impacto regionalmente por meio do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio (COMFEM), que opera em 11 municípios. 

Em parceria com outros grupos feministas, o comitê cria estratégias de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, cobrando das autoridades públicas o fortalecimento das redes de apoio.  

O trabalho nas escolas é outro ponto forte do CMC. 

Por meio do projeto “Meninas em Movimento pela Educação”, apoiado pelo Fundo Malala, as meninas são empoderadas a se tornarem ativistas por uma educação pública de qualidade. 

Já o projeto “Novas Pérolas” atua no enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, fortalecendo meninas para reconhecerem e denunciarem essas situações.  
 
Com o objetivo de promover a autonomia econômica das mulheres, o CMC oferece cursos como o “Kit Festas”, que formou mais de 250 mulheres entre 2023 e 2024. 

As participantes aprendem a produzir doces e salgados, montar kits para venda e desenvolver seus negócios.  

Em parceria com o Instituto Federal de Pernambuco, o CMC também conduz o Programa Mulheres Mil, onde 30 mulheres estão sendo capacitadas como assistentes administrativas.   

O Fórum de Juventude do Cabo (FOJUCA), apoiado pelo CMC, trabalha para engajar jovens na luta por seus direitos.

A iniciativa já garantiu a participação de jovens em conselhos e conferências municipais, ampliando o alcance das pautas da juventude.  

Resiliência e compromisso com o futuro 

“Estamos aqui para garantir que as mulheres do Cabo de Santo Agostinho tenham voz, força e autonomia. Continuaremos lutando para que nossas conquistas sejam preservadas e ampliadas”, afirma Izabel Santos, Coordenadora Geral do Centro das Mulheres do Cabo.  

Com uma trajetória marcada por pioneirismo e impacto social, o CMC se mantém como uma referência no fortalecimento dos direitos humanos de mulheres e meninas, mostrando que a luta feminista é um caminho essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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