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MUTIRÃO

''Saímos da pior maneira possível'', diz moradora de prédio-caixão que será indenizada em mutirão

Rosângela Costa morou por quatro décadas no Conjunto Residencial Beira Mar, no Janga, e receberá indenização nesta segunda-feira (11)

Publicado em: 11/11/2024 05:10 | Atualizado em: 11/11/2024 05:16

 (Foto: Sandy James/DP Foto)
Foto: Sandy James/DP Foto
O mutirão que vai promover acordos e pagamentos de indenizações para moradores de prédios caixão de Paulista, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, vai impactar a vida de 1.908 famílias pernambucanas. A ação será realizada entre esta segunda-feira (11) e quinta-feira (14).

Entre as moradoras indenizadas está Rosângela Costa, de 60 anos, que residiu por quase quatro décadas no Conjunto Residencial Beira Mar, no Janga, em Paulista, as consequências desse processo foram particularmente desgastantes. Ela reatou para o Diario que, há cerca de um ano, os moradores foram retirados pela prefeitura das suas residências devido ao desabamento de um dos blocos. 

Porém, ela só começou a receber o auxílio moradia nos últimos meses, passando um longo período abrigada de favor na casa de parentes junto com seu pet. "Saímos da pior maneira possível, muitos móveis foram quebrados na retirada", desabafou.

O valor da indenização oferecida é outro ponto de insatisfação para Rosângela, que o considera insuficiente para cobrir suas perdas. Segundo ela, o acordo estipulado, de R$ 120 mil, será reduzido devido aos honorários advocatícios e taxas, restando um valor insuficiente para adquirir uma nova moradia adequada. 

"Sobrarão cerca de R$ 100 mil. Com esse valor, compra-se o quê? Absurdo, muito abaixo, até porque o terreno ali é próprio, não é da Cohab, e ninguém mencionou até agora como será feita a cota do terreno", explicou

Ainda sem aposentadoria e sem renda no momento, Rosângela compartilhou que a luta pelo reconhecimento do valor real das propriedades continua no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde aguardam uma votação. Contudo, segundo ela, "um dos ministros pediu vistas, e parou." 

Além disso, ela mencionou a pressão do Governo para que aceitem o acordo, ainda que muitos dos moradores, de idade avançada, não possam aguardar indefinidamente. "Fora todo o desgaste emocional", acrescenta.

Essa visão crítica reforça as dificuldades enfrentadas por muitas das famílias convocadas para o mutirão, que, após anos de espera, ainda se veem insatisfeitas com as soluções apresentadas.

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