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DIA DE FINADOS

Devoção à Menina Sem Nome segue firme após 54 anos

Túmulo da criança assassinada em 1970 é um dos mais visitados do Cemitério de Santo Amaro

Publicado em: 02/11/2024 18:00 | Atualizado em: 02/11/2024 22:19

Imagens religiosas, doces e bonecas enfeitam sepultura (Marina Torres/DP Foto)
Imagens religiosas, doces e bonecas enfeitam sepultura (Marina Torres/DP Foto)

 
Todo Dia de Finados, a aposentada Cícera da Costa, 69 anos, tem um compromisso ao qual não pode faltar. Vai ao Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife, por dois motivos: homenagear o filho, assassinado, e reverenciar a Menina Sem Nome, consagrada santa pelas centenas de devotos que atraiu desde sua violenta morte, no ano de 1970.
 
 
 (Marina Torres/DP Foto)
Marina Torres/DP Foto
 
"A conheci aqui há 17 anos, quando perdi meu filho. Eu fiquei sem chão, mas Jesus e ela, a Menina Sem Nome, me deram muita força. Não deixo de vir", diz a idosa ao lado do túmulo rosa da criança, enfeitado com bonecas, imagens religiosas e doces.

À menina, enterrada como indigente por nunca ter sido procurada pela família, Cícera atribui graças como a melhora de um problema de saúde, o telefonema de um filho que não dava notícias há três semanas e um dinheiro para fazer um exame.
 
 

"Eu estou aqui até papai do céu me levar porque o que eu peço a Deus e a ela eu alcanço", diz.

A devoção

O culto à Menina Sem Nome começou pouco tempo após seu sepultamento, em 3 de julho de 1971, 11 dias após o corpo ter sido encontrado na praia do Pina, Zona Sul do Recife, trajando apenas uma calça e com as mãos e pescoço amarrados com corda. O mecânico Geraldo Magno, de 22 anos, foi preso como autor do crime.

Na edição de 14 de dezembro de 1972, o Diario de Pernambuco registrou que a menina estava sendo "procurada por grande número de pessoas, todas confiantes em seu poder celestial e na certeza de encontrar uma solução acertada para seus problemas."

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