Acervo
Julgamento
"Expectativa é que ele seja condenado'', afirmam familiares de mulheres que denunciaram Rodrigo Carvalheira
O empresário passa nesta segunda-feira (26) por uma nova audiência de instrução e julgamento.
Publicado: 26/08/2024 às 10:18

A sessão desta segunda-feira envolve a primeira mulher que denunciou o empresário/Foto: Marina Torres/DP Foto
Amigas e familiares de mulheres que denunciaram o empresário Rodrigo Dib Carvalheira, de 35 anos, réu por crime sexual, estão presentes no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, na área central do Recife. Nesta segunda-feira (26), o empresário passa por uma audiência de instrução e julgamento.
A mãe de uma das mulheres que denunciou Rodrigo por crimes sexuais contou que a vítima não era amiga do empresário.
"Ela tinha amigos em comum [com Rodrigo Carvalheira]. Eu acho, inclusive, importante ressaltar que, diferentemente do que ele coloca na mídia, que eram todas amigas dele, nem todas eram amigas dele. Então a minha filha não é nem nunca foi amiga dele. Ela foi dopada, completamente. Então ela perdeu os sentidos e foi abusada por essa criatura quando ela era ainda menor de idade", afirmou.
O caso envolvendo esta vítima, que na época tinha 16 anos, prescreveu, o que significa que o Estado não pode mais punir ou executar uma pena imposta a um crime causado por uma pessoa. A prescrição ocorre quando o tempo passa e o direito de punir deve ser exercido dentro do prazo legalmente estabelecido.
Apesar disso, a mãe da vítima disse que tem esperança que a Justiça seja feita.
“A cada audiência, nós estamos mais esperançosos de que a Justiça vai ser feita e entendemos que não só nós, mas todas as mulheres que já passaram com uma situação como essa, se sintam acolhidas e a vontade de ficar aqui conosco também. A expectativa é que ele seja condenado, minha filha foi dopada e estuprada por ele”, afirmou.
Ao todo, foram seis denúncias de violências sexuais envolvendo Rodrigo Carvalheira, sendo que três viraram penais, duas prescreveram e uma está sob investigação.
A mãe de outra mulher que denunciou Rodrigo Carvalheira contou que a filha fazia parte do mesmo círculo de amizades do empresário e também pediu por justiça. “Eu quero justiça, quero que minha filha volte a andar na rua sem ter medo dele”, disse.
Audiência
A sessão desta segunda-feira (26) envolve a primeira mulher que denunciou o empresário. Comparecem cinco testemunhas, todas de defesa, sendo que três foram para o fórum e duas participaram de forma online.
De acordo com informações repassadas por uma das mães ao Diario de Pernambuco, o empresário chegou a ser expulso da sala na última audiência por debochar das mulheres que o denunciaram.
A audiência aconteceu um mês após a primeira, que aconteceu no dia 15 de julho, em que foram ouvidas testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a equipe de defesa da vítima. Naquela data, a sessão foi referente a um processo por estupro em 2019, em que estiveram presentes o MPPE, advogados de acusação e de defesa.
Relembre o caso
Três mulheres relataram terem sido estupradas pelo empresário nos anos de 2009, 2011 e 2019. A primeira vítima relata que em 2004, 2006 e 2009 teve um relacionamento com Rodrigo Carvalheira e que teria sido estuprada em uma das festas promovidas pelo empresário. Na época, a vítima tinha 18 anos e teria sido dopada com algum tipo de droga entregue por ele.
Além desta mulher, outras duas denunciaram o empresário pelo mesmo crime. Uma delas alegou que Rodrigo “enfiou um comprimido” na boca dela, comprimido este que seria um ecstasy. A vítima disse não se lembrar de nada e que acordou com o empresário em cima dela e que viu manchas de sangue pela casa.
O outro caso relatado teria acontecido em 2011, quando a vítima em questão tinha entre 16 e 17 anos e teria sido levada por Rodrigo para um motel contra a própria vontade após sair de uma festa. Além disso, outras duas denúncias foram feitas à delegacia da Mulher, em Santo Amaro, sobre os mesmos crimes. Os casos aconteceram em 2005 e em 2019.
O empresário chegou a ser preso duas vezes, a primeira em abril e a segunda em junho deste ano. A segunda prisão foi solicitada pelo ministério Público de Pernambuco (MPPE), pois Rodrigo estaria mantendo contato com o tio de uma das mulheres que fez a denúncia. Carvalheira segue detido no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.